Uma ex-vereadora de São Paulo, Janaína Lima, foi alvo de polêmica nas redes sociais ao retirar um vaso sanitário e duas pias do gabinete que ocupava na Câmara Municipal. O caso ganhou destaque quando câmeras de segurança flagraram um funcionário removendo os itens, pouco antes do término de seu mandato.
Uso de recursos próprios gera debate
Janaína justificou sua ação afirmando que os equipamentos foram adquiridos com recursos próprios e, portanto, não pertenciam ao patrimônio público. “Decidi doar o equipamento que adquiri com meus próprios recursos”, declarou em nota publicada no X (antigo Twitter), após a repercussão negativa.
A ex-vereadora, que ocupou o cargo por oito anos, afirmou que seguiu recomendações do departamento jurídico da Câmara, que indicou que bens pessoais deveriam ser retirados ao fim do mandato. Entretanto, outros itens comprados com seu dinheiro, como divisórias de vidro e luminárias, permaneceram no local para o uso de seu sucessor.
Reação do novo ocupante
Adrilles Jorge, que assumiu o gabinete em janeiro de 2025, abordou a situação com humor. “Achei a arquitetura do gabinete brilhante, mas ela levou tudo”, disse em entrevista. Ele também mencionou que, enquanto não houvesse reposição dos equipamentos, sua equipe utilizaria um “banheiro comunitário”.
“Levaram até o vaso sanitário e a pia. Ela não mencionou [que iria retirar os itens]. E é algo que nem ela mencionaria, nem eu teria a iniciativa de perguntar.”
O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira, afirmou que “medidas cabíveis” serão tomadas, mas não detalhou quais ações serão implementadas.
O episódio gerou debates sobre o limite entre bens adquiridos com recursos próprios e sua permanência em espaços públicos. Janaína Lima exerceu seu mandato pelo Novo até o fim de 2024, quando foi substituída por Jorge, do Partido Trabalhista Brasileiro.
A retirada inusitada dos itens sanitários trouxe à tona discussões importantes sobre a ética na transição de mandatos e a necessidade urgente de clareza nas regras específicas que envolvem o uso de recursos privados em funções públicas.