Executivos da Americanas foram envolvidos em um escândalo bilionário, revelando um esquema de fraudes financeiras que abalou profundamente a empresa. A investigação da Polícia Federal descobriu que durante a gestão do ex-CEO Miguel Gutierrez, a Americanas operava com dois conjuntos de balanços: um real, denominado ironicamente de “A Vida Como Ela É”, e outro fictício, utilizado para inflar os lucros e mascarar problemas financeiros graves.
O esquema sofisticado incluía práticas como falsificação de operações com fornecedores, criação fictícia de empréstimos bancários e manipulação de transações de cartão de crédito. Reuniões secretas eram realizadas em uma sala isolada na sede da empresa, apelidada de “blindada”, onde os executivos planejavam estratégias para evitar a detecção das fraudes durante auditorias externas.
O impacto financeiro foi devastador, resultando em um rombo de R$ 25 bilhões nas contas da empresa, levando-a a declarar falência. Enquanto os principais acionistas, como Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, não foram implicados nas investigações, eles investiram R$ 5 bilhões na recuperação judicial da empresa e prometeram mais R$ 7 milhões para restaurar sua credibilidade no mercado.
Miguel Gutierrez e outros executivos envolvidos negaram veementemente as acusações, destacando sua cooperação com as autoridades e prontidão para esclarecer os fatos conforme surgem. O escândalo continua a ter repercussões significativas no cenário empresarial e jurídico do Brasil, sublinhando a necessidade urgente de vigilância e transparência nas práticas corporativas.