O presidente do Equador, Daniel Noboa, anunciou nesta segunda-feira, 10, o estado de exceção para todo o país, incluindo o sistema penitenciário, em resposta à fuga do líder da maior quadrilha criminosa equatoriana de um presídio em Guayaquil, no sudoeste. A medida inclui um toque de recolher das 23h às 5h para a população por 60 dias e autoriza as Forças Armadas a apoiarem a polícia no patrulhamento das ruas.
“Acabo de assinar o decreto de estado de exceção para que as Forças Armadas tenham todo o apoio político e legal em seu agir”, declarou o mandatário em um vídeo publicado em sua conta no Instagram. “Não negociaremos com terroristas, nem descansaremos até devolver a paz aos equatorianos.”
Com o decreto, as forças de segurança equatorianas estão autorizadas a realizar buscas em residências em todo o território nacional e em automóveis a um raio de 1 km de presídios. Dentro dos centros de detenção, estão suspensos os direitos de inviolabilidade de correspondências e de reunião.
As autoridades estão em busca de José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, líder da principal facção criminosa do Equador, Los Choneros, que fugiu “horas antes” de uma operação de revista no domingo no presídio onde cumpria pena, conforme indicado pelo secretário de Comunicação do governo, Roberto Izurieta, nesta segunda-feira.
Ele é considerado o criminoso mais perigoso do país, e mais de 3 mil homens foram mobilizados para capturá-lo, embora seu paradeiro ainda seja desconhecido.
“A força do Estado está a postos para encontrar esse sujeito extremamente perigoso”, afirmou Izurieta, sugerindo que agentes do Estado infiltrados podem ter colaborado para a fuga do criminoso. “O nível de infiltrações é muito grande”.
O Ministério Público abriu uma investigação pela “suposta fuga” do líder de Los Choneros, e veículos de imprensa locais relataram incidentes em várias prisões do país nesta segunda-feira. A situação instável gerou retenção de agentes penitenciários em algumas unidades.
José Adolfo Macías Villamar, vulgo Fito, tem 44 anos e uma extensa ficha criminal, incluindo acusações de roubo, crime organizado, posse de armas e assassinato, resultando em uma sentença máxima de 34 anos de prisão, onde cumpria pena há 12 anos. Esta não é a primeira vez que ele foge, tendo escapado da prisão em 2013 antes de ser recapturado pela polícia.