A Arábia Saudita, confirmada como sede da Copa do Mundo de 2034, já deixou claro que não abrirá exceções em relação ao consumo de álcool durante o evento. O príncipe Khalid bin Bandar Al Saud, embaixador saudita no Reino Unido, afirmou em entrevista à LCB que a proibição será mantida, seguindo as tradições culturais e religiosas do país.
“Não queremos mudar nossa cultura”, diz embaixador
O consumo de bebidas alcoólicas é proibido na Arábia Saudita desde a década de 1950 e, segundo o embaixador, essa norma será rigorosamente respeitada durante o torneio.
“No momento, não permitimos álcool. É possível se divertir bastante sem álcool. Não é 100% necessário e, se você quiser beber depois de sair, fique à vontade, mas no momento não temos álcool”, declarou Khalid bin Bandar.
A proibição do álcool no país tem raízes históricas e religiosas. Embora o consumo de bebidas alcoólicas seja vetado pelo Islã, a proibição oficial na Arábia Saudita só foi estabelecida em 1952, após um incidente envolvendo o príncipe Mishari bin Abdulaziz Al-Saud. O filho do rei Abdulaziz matou a tiros o vice-cônsul britânico em Jeddah, Cyril Ousman, após este se recusar a servir uma bebida alcoólica durante uma festa.
O embaixador reiterou que o país está aberto a receber visitantes de todo o mundo, mas dentro dos limites da cultura local. “Cada um tem sua própria cultura. Estamos felizes em acomodar as pessoas dentro dos limites da nossa cultura, mas não queremos mudar nossa cultura para outra pessoa”, completou.
Comunidade LGBTQIA+ será bem-vinda, segundo o governo saudita
Questionado sobre a presença de pessoas LGBTQIA+ na Copa do Mundo, o príncipe Khalid bin Bandar afirmou que todos serão bem-vindos.
“Nós receberemos todos na Arábia Saudita. Não é um evento saudita, é um evento mundial e, em grande medida, daremos as boas-vindas a todos que quiserem vir”, declarou.
No entanto, a Arábia Saudita não permite relações entre pessoas do mesmo sexo e não reconhece identidades de pessoas transgênero. Apesar das declarações do embaixador, o país é conhecido por suas leis rígidas contra a comunidade LGBTQIA+, o que levanta dúvidas sobre como será a recepção de torcedores pertencentes a esses grupos.
Estrutura da Copa do Mundo de 2034
A Arábia Saudita propôs sediar os jogos em 15 estádios distribuídos por cinco cidades: Neom, Jidá, Abha, Riade e Al Khobar. O estádio King Salman, na capital Riade, foi escolhido para sediar tanto a abertura quanto a final do torneio.
A candidatura saudita foi eleita por aclamação, sem concorrentes, e recebeu uma nota de 4,2 em um máximo possível de 5 pontos. O país promete uma infraestrutura moderna e um evento de grande porte, apesar das controvérsias sobre questões culturais e de direitos humanos.
Com a confirmação da proibição do álcool e a postura ambígua em relação à comunidade LGBTQIA+, a expectativa é que a Copa do Mundo de 2034 seja marcada por debates sobre diversidade e respeito às tradições locais. O desafio será equilibrar a celebração do futebol com as particularidades culturais da Arábia Saudita.