Nas eleições municipais de 2024, a nova exigência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que todos os candidatos informem sua identidade de gênero trouxe à tona novos dados sobre a diversidade entre os postulantes aos cargos eletivos. Ao todo, 967 candidatos se declararam transgêneros, representando 0,21% do total de 454.689 candidaturas registradas. Esta é a primeira vez que a informação sobre identidade de gênero é obrigatória nas fichas de inscrição para as eleições municipais.
Do total de candidatos, 79,77% se identificaram como cisgêneros, e 20,02% optaram por não informar o gênero. Além disso, 342 candidatos utilizaram o nome social em seus registros.
Distribuição por estado e identidade de gênero
Em São Paulo, um dos maiores estados em termos de candidaturas, 160 pessoas se declararam transgêneros entre os 76.830 candidatos. Neste estado, 22,38% dos candidatos não informaram seu gênero, enquanto 77,41% se identificaram como cisgêneros. A escolha pelo nome social também foi destacada, com 73 registros efetuados.
O perfil demográfico das candidaturas trans no estado revela que 62,05% se identificam como pretos ou pardos. Em relação à orientação sexual, a grande maioria dos candidatos, 98,27%, se declarou heterossexual. Os candidatos que se identificam como gays, lésbicas, bissexuais, assexuais e pansexuais representam uma fração muito pequena do total, somando 1,73%.
Implicações e tendências
Esta mudança na exigência de informações sobre identidade de gênero reflete um avanço na transparência e inclusão no processo eleitoral. A obrigatoriedade de declarar a identidade de gênero pode contribuir para uma representação mais precisa e diversificada da população brasileira nas eleições, permitindo uma maior visibilidade e compreensão das questões de gênero no cenário político.
Os dados fornecidos pelo TSE não apenas oferecem uma visão sobre a diversidade dos candidatos, mas também indicam áreas onde mais avanços podem ser necessários, como a maior inclusão e apoio às candidaturas de pessoas trans e àqueles que pertencem a diferentes orientações sexuais. A nova exigência pode ser vista como um passo positivo em direção a uma representação política mais inclusiva e representativa.