O primeiro turno das eleições municipais em São Paulo revelou mudanças significativas no cenário político da capital, com destaque para a disputa acirrada entre Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB). Embora Marçal tenha ficado fora do segundo turno, sua força surpreendeu analistas e adversários, destacando-se como um representante da direita bolsonarista.
Tarcísio e Nunes: força da direita paulista
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), emergiu como uma figura chave ao apoiar a candidatura de Ricardo Nunes. Seu papel como fiador da campanha ajudou a garantir a vaga de Nunes no segundo turno, enfrentando Guilherme Boulos, e consolidou Tarcísio como um dos líderes da direita no estado. Embora negue ambições presidenciais, Tarcísio é apontado como um possível nome para as eleições de 2026, e essa disputa municipal serviu como um termômetro de sua força política em São Paulo.
Por outro lado, mesmo fora da disputa final, Pablo Marçal demonstrou capacidade de mobilização, o que deixou seus adversários em alerta. Além disso, a força de Marçal levou alguns a considerarem estratégias para inviabilizar sua candidatura em 2026, por meio de ações judiciais. A acusação de disseminação de fake news é um dos pontos que podem ser explorados para enfraquecer sua posição futura.
O futuro da campanha e os desafios para o PT
Com a chegada do segundo turno, a equipe de Nunes aposta na rejeição a Boulos, apontada pelas pesquisas, e no eleitorado de Marçal. A expectativa é que esses votos migrem para o atual prefeito, sem que Nunes precise buscar diretamente o apoio de Marçal. Segundo um integrante da campanha de Nunes, “o eleitor de Marçal não vota em Boulos”, o que pode ser decisivo na reta final.
Para o PT, a eleição de 2024 revelou a necessidade de uma mudança de estratégia, com a ampliação de alianças e uma maior aproximação com o centro político, um movimento que pode ser fundamental para futuras disputas.