Imagens captadas por um drone da Polícia Militar do Rio de Janeiro revelaram a fuga de dezenas de traficantes armados pela mata da Rocinha, na Zona Sul da capital fluminense. O flagrante aconteceu durante uma operação do Bope, realizada no último sábado, 31, e mostra os criminosos escapando em grupo, usando roupas camufladas para se misturar à vegetação.
As imagens, reveladas inicialmente pelo jornal O Globo e depois exibidas pelo Bom Dia Rio, demonstram o avanço da tecnologia no combate ao crime organizado em áreas de difícil acesso. Segundo a Polícia Militar, os drones com visão noturna têm sido aliados estratégicos em operações complexas, oferecendo uma visão ampla das movimentações em regiões dominadas por facções.
Durante a ação, os criminosos – muitos deles portando fuzis e armamentos pesados – conseguiram se dispersar pela mata antes de serem alcançados pelas tropas. O governador Cláudio Castro afirmou que a decisão da polícia foi empurrar os criminosos para longe da comunidade, para evitar confrontos urbanos de grande escala. “O principal valor da operação é a preservação da vida das pessoas. A Zona Sul não poderia virar campo de guerra”, declarou.
Suspeitos são ligados a assassinatos no Nordeste
De acordo com a Secretaria de Segurança, a operação visava capturar um grupo de foragidos oriundos do Ceará. Esses criminosos estariam escondidos em imóveis de alto padrão dentro da Rocinha e são investigados por envolvimento em aproximadamente mil homicídios nos últimos dois anos, mesmo operando a partir do Rio.
Ao todo, 29 alvos estavam identificados nos mandados de busca e prisão, mas nenhum foi capturado durante a ação. Um policial militar ficou ferido no confronto. A operação contou com apoio do Ministério Público e de tropas especializadas, além de uma articulação direta com o Governo do Ceará.
Apesar da fuga em massa, a polícia conseguiu apreender armas, munições e drogas. Um homem com mandado de prisão em aberto foi detido. A operação reforça a presença de redes criminosas interestaduais e levanta alertas sobre o uso de comunidades cariocas como bases estratégicas de atuação de facções de outros estados.