O fundador da Ultrafarma, Sidney Oliveira, foi preso temporariamente nesta terça-feira (12) em operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). A ação mira um esquema de corrupção envolvendo auditores-fiscais da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado (Sefaz-SP). Também foram detidos o diretor da Fast Shop, Mario Otávio Gomes, e os auditores Artur Gomes da Silva Neto e Marcelo de Almeida Gouveia.
Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens. O MP afirma que a investigação começou há seis meses, mas há suspeita de que o esquema exista desde 2021. Empresários pagariam auditores para agilizar e ampliar o ressarcimento de créditos de ICMS, obtendo valores acima do devido.
Como funcionava o esquema e próximos passos
Segundo o MP, Artur Gomes da Silva Neto era o “cérebro” da operação. Ele recebia documentos da Ultrafarma e da Fast Shop, solicitava o ressarcimento e aprovava os próprios pedidos, evitando qualquer revisão. O promotor João Ricúpero estima que o esquema tenha movimentado cerca de R$ 1 bilhão em propinas.
O promotor Roberto Bodini disse que outras empresas do varejo podem ter participado, mas seus nomes não foram divulgados. Durante a operação, a polícia apreendeu esmeraldas, R$ 1 milhão em espécie e grandes quantias em criptomoedas. Duas contadoras também foram presas por auxiliar nos pedidos fraudulentos.
A Sefaz-SP afirmou colaborar com a investigação e instaurou procedimento administrativo para apurar a conduta dos servidores. A Fast Shop declarou que está à disposição das autoridades. Até a publicação desta matéria, a Ultrafarma não havia se manifestado.