O dólar comercial encerrou a sexta-feira, 20, em alta, registrando valorização de 0,71%, com a cotação de R$ 5,7004. Esse resultado marca a terceira semana consecutiva de ganhos da moeda norte-americana em relação ao real, com um aumento acumulado de 1,51% nos últimos cinco dias. O fortalecimento do dólar foi sustentado por fatores como o desempenho econômico dos Estados Unidos e o pessimismo sobre a economia chinesa.
Somente em outubro, o dólar subiu 25 centavos em relação ao real, acumulando uma alta de 4,61%. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento registrou elevação de 0,82%, sendo negociado a R$ 5,7065.
Fatores internos e externos influenciam alta do dólar
O aumento da moeda norte-americana reflete, em parte, as preocupações do mercado com o cenário fiscal brasileiro. A falta de clareza sobre as medidas de controle de gastos do governo Lula tem alimentado o ceticismo dos investidores, que veem no dólar uma alternativa mais segura. Segundo Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, “o mercado está desacreditando das promessas do governo, que não apresenta ações concretas na área fiscal”.
Além disso, o Brasil foi impactado pela queda dos preços de commodities, como minério de ferro e petróleo, produtos-chave para as exportações nacionais. No exterior, o noticiário chinês também influenciou o comportamento do dólar. Embora os dados do PIB e da produção industrial da China tenham ficado próximos das expectativas, o cenário misto fez a moeda norte-americana oscilar.
Durante evento em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou a necessidade de o Brasil crescer de forma sustentável. No mesmo evento, o presidente Lula anunciou a abertura de crédito especial para as pessoas afetadas pelo apagão recente em São Paulo.