Dólar cai após acordo entre EUA e México, e Ibovespa reage

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

O dólar iniciou a segunda-feira, 3, em queda após Estados Unidos e México chegarem a um acordo para suspender temporariamente as tarifas impostas pelo governo americano. A decisão trouxe alívio aos mercados, que temiam uma escalada nas tensões comerciais.

Na última sexta-feira, 31, o dólar registrou queda de 0,25%, sendo cotado a R$ 5,8372. Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, recuou 0,61%, fechando em 126.135 pontos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia anunciado no fim de semana a imposição de tarifas de 10% sobre produtos da China e de 25% sobre importações do México e do Canadá. As medidas, previstas para entrar em vigor nesta terça-feira, 4, geraram reações imediatas.

O Canadá respondeu anunciando tarifas de 25% sobre produtos americanos, elevando os temores de uma guerra comercial. No entanto, o governo mexicano, liderado por Claudia Sheinbaum, negociou um acordo com os EUA para suspender as tarifas por um mês. Como parte do compromisso, o México intensificará o controle na fronteira e os EUA reforçarão ações contra o tráfico de armas para o país.

Impacto nos mercados

A incerteza inicial levou os mercados a operarem com cautela, mas a sinalização de trégua nas tarifas trouxe alívio. No Brasil, o Ibovespa iniciou o dia em queda, seguindo a tendência global, mas pode reagir positivamente à medida que o cenário se estabiliza.

Às 12h10, o dólar registrava alta de 0,94%, sendo cotado a R$ 5,8918, com máxima de R$ 5,9048. O Ibovespa operava em queda de 0,27%, a 125.799 pontos.

No acumulado da semana, o dólar registra baixa de 1,37% e recuo de 5,54% no mês e no ano. O Ibovespa, por outro lado, soma alta de 3,01% na semana e ganho de 4,86% no mês e no ano.

Perspectivas e riscos

Especialistas alertam que a taxação sobre produtos importados pode impulsionar a inflação nos EUA, uma vez que o aumento nos custos de matérias-primas e bens impacta os preços finais. Se a inflação subir além do esperado, o Federal Reserve (Fed) pode ser forçado a manter juros elevados por mais tempo, o que fortalece o dólar globalmente.

A valorização da moeda americana pode pressionar economias emergentes, como o Brasil, encarecendo importações e impactando a inflação. Além disso, a possibilidade de novas tarifas sobre produtos europeus mantém os mercados em alerta.

No cenário global, os mercados asiáticos fecharam em forte queda, refletindo as incertezas comerciais. O índice Nikkei, do Japão, caiu 2,66%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,04%. As principais bolsas da Europa operam no vermelho.

No Brasil, a agenda econômica do dia tem como destaque o Boletim Focus, que mostrou leve aumento nas projeções de inflação para 2025 e 2026. O relatório do Banco Central elevou a expectativa para 2025 de 5,50% para 5,51%, e para 2026 de 4,22% para 4,28%. Foi a sexta alta consecutiva no indicador.

Com os investidores atentos aos próximos desdobramentos da política comercial dos EUA e às decisões do Fed, o mercado segue volátil, aguardando novos sinais sobre os rumos da economia global.