A aprovação da maneira como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva governa caiu no último mês, ficando abaixo da desaprovação pela primeira vez em seu atual mandato, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (27).
O levantamento Genial/Quaest mostrou que 47% dos entrevistados aprovam o desempenho de Lula como presidente, uma queda em relação aos 52% registrados em dezembro e o índice mais baixo desde sua posse, em janeiro de 2023. Enquanto isso, a desaprovação subiu para 49%, ante os 47% do mês anterior.
Os números representam um cenário preocupante para o líder de 79 anos, que chega à metade de seu terceiro mandato não consecutivo, iniciado em janeiro de 2023. A queda na aprovação ocorre em um momento delicado, pois Lula já começou a preparar o terreno para uma possível tentativa de reeleição em 2026.
Os dados reforçam que a percepção pública sobre o governo tem piorado nos últimos meses, especialmente no que diz respeito à economia e ao poder de compra da população. De acordo com a Quaest, a avaliação sobre a economia nos últimos 12 meses segue majoritariamente negativa, com percepções positivas em queda desde outubro.
Impacto da economia e descontentamento popular
A piora dos indicadores reflete o impacto das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país, incluindo a inflação persistente e o aumento do custo de vida. Embora o governo tenha adotado medidas para tentar conter os impactos sobre a população, como programas sociais e incentivos à indústria, os efeitos ainda não foram suficientes para reverter a insatisfação de parte significativa do eleitorado.
A incerteza política e a resistência de setores do mercado financeiro ao governo de Lula também podem estar influenciando a queda na popularidade. Além disso, o avanço de discursos críticos da oposição, que exploram temas como segurança pública, impostos e instabilidade econômica, têm contribuído para esse cenário.
O levantamento, encomendado pela corretora Genial Investimentos, entrevistou presencialmente 4.500 eleitores entre os dias 23 e 26 de janeiro. A margem de erro da pesquisa é de aproximadamente 1 ponto percentual para mais ou para menos.
Com a tendência de queda na aprovação, Lula enfrenta o desafio de reverter essa percepção nos próximos meses, especialmente se quiser consolidar sua base de apoio para um novo projeto eleitoral em 2026.