O desaparecimento da trabalhadora humanitária Edni López, de 33 anos, no aeroporto de Caracas, elevou o clima de medo e repressão na Venezuela após as eleições presidenciais disputadas. Professora de ciência política e poeta premiada, López estava prestes a embarcar para a Argentina quando enviou uma mensagem ao namorado informando que seu passaporte havia sido retido devido a um erro no sistema. Desde então, ela está detida em regime de incomunicabilidade pela temida polícia militar venezuelana, sem acesso a advogado ou contato com a família.
O caso de López não é isolado. Desde as eleições de 28 de julho, mais de 2.000 pessoas foram presas por protestar contra o presidente Nicolás Maduro ou por questionar sua vitória eleitoral, que muitos acreditam ter sido fraudada. A repressão, que inclui prisões arbitrárias e anulamento de passaportes, tem espalhado o medo entre os venezuelanos, lembrando os dias sombrios das ditaduras militares na América Latina.
Aumento da repressão e impacto na sociedade
A repressão governamental, descrita como “terrorismo de Estado” por defensores dos direitos humanos, está paralisando a população. O aumento das detenções, muitas vezes sem motivo aparente, tem desestimulado protestos e até mesmo a vida cotidiana nas ruas. Além disso, a campanha de medo e repressão é alimentada diretamente pelas altas esferas do governo, com Maduro incitando a população a denunciar opositores por meio de aplicativos governamentais e prometendo “nenhuma misericórdia” para aqueles que se manifestarem contra o regime.
O desaparecimento de López e a onda de repressão que se seguiu refletem a grave deterioração dos direitos humanos na Venezuela, uma nação outrora próspera que agora vive sob um clima de medo constante. A comunidade internacional, por meio de figuras como Maria Corina Machado, continua a pressionar por uma resposta firme para acabar com as violações, enquanto amigos e familiares de López permanecem sem respostas sobre seu destino, temendo pelo pior.
Artigo traduzido de matéria de AP News