O delegado Fábio Baena, preso nesta terça-feira (17) durante a operação “Tacitus“, foi acusado de extorsão pelo empresário Vinícius Gritzbach antes de o delator ser assassinado em novembro, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
A operação, conduzida pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), investiga o envolvimento de policiais civis com o Primeiro Comando da Capital (PCC), incluindo corrupção, venda de proteção e lavagem de dinheiro.
Histórico da acusação
Em 2023, Gritzbach delatou Baena e outros policiais civis ao MP, afirmando que eles exigiram dinheiro para evitar seu indiciamento pelos homicídios de dois membros do PCC, “Cara Preta” e “Sem Sangue”, mortos em 2021. Segundo o empresário, ao recusar pagar a propina, foi indiciado pelos crimes.
Uma semana antes de ser assassinado, Gritzbach voltou a denunciar os policiais na Corregedoria da Polícia Civil, alegando que lhe cobraram R$ 40 milhões para interromper as investigações contra ele.
Além de Baena, três outros policiais civis e mais três pessoas foram presos durante a ação, que ocorreu em São Paulo, Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba. Um policial segue foragido.
A operação identificou que a facção criminosa PCC movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018, com o apoio de agentes públicos que facilitavam a lavagem de dinheiro e desviavam bens apreendidos.
Consequências e investigação
Os suspeitos responderão por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, e ocultação de capitais, com penas que podem chegar a 30 anos de prisão.
O advogado de Baena, Daniel Bialski, classificou as prisões como abusivas, afirmando que aguardará acesso à decisão judicial para se manifestar.
A operação Tacitus — termo em latim que significa “silencioso” — simboliza o método de atuação discreta da organização criminosa investigada.