Déficit surpreende mercado, mas cenário é melhor do que no ano anterior

O Brasil fechou o mês de fevereiro com um déficit primário de R$ 31,67 bilhões. O número ficou acima da expectativa do mercado, que previa R$ 30,4 bilhões. Ainda assim, houve avanço. Em fevereiro do ano passado, o rombo nas contas públicas havia sido de R$ 58,26 bilhões.

Esse recuo foi possível graças à redução de 12,6% nos gastos do governo. A economia gerada foi de R$ 25,2 bilhões. Além disso, a arrecadação subiu 3,1% em termos reais, o que representou um acréscimo de R$ 4,4 bilhões aos cofres públicos.

Considerando os últimos 12 meses, o déficit primário do governo central corresponde a R$ 13,2 bilhões. Esse valor representa apenas 0,09% do Produto Interno Bruto (PIB). Portanto, o número está dentro da meta fiscal estabelecida. A regra permite uma margem de tolerância de até 0,25% do PIB.

De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, o governo decidiu adotar uma política fiscal mais restritiva neste início de ano. O objetivo é colaborar com a política monetária. Afinal, o Banco Central mantém os juros elevados para conter a inflação.

Outro fator que contribuiu para a contenção dos gastos foi o atraso na aprovação do orçamento de 2025. Como a Lei Orçamentária só foi sancionada na semana passada, o governo limitou os gastos mensais a um dezoito avos do total previsto.

No acumulado do ano, o cenário é ainda mais positivo. O governo central registrou um superávit primário de R$ 53,18 bilhões. No mesmo período de 2024, o saldo havia sido de R$ 21,19 bilhões.

Além disso, o Tesouro explicou que a redução nos gastos de fevereiro também foi influenciada por uma mudança no calendário de pagamentos judiciais. Em 2024, esses pagamentos ocorreram em fevereiro. Já neste ano, foram adiados para os meses seguintes.

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