Um estudo realizado pela Fiocruz e o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP revelou que o consumo de alimentos ultraprocessados custa R$ 10,4 bilhões por ano ao Brasil. Esse montante engloba custos com o tratamento de doenças no Sistema Único de Saúde (SUS), perdas econômicas por mortes prematuras e gastos previdenciários.
Custos divididos
- R$ 9,2 bilhões: perdas econômicas por mortes prematuras de pessoas em idade produtiva.
- R$ 933,5 milhões: tratamento de diabetes, hipertensão e obesidade no SUS, atribuídos ao consumo de ultraprocessados.
- R$ 263,2 milhões: custos previdenciários, como aposentadorias precoces e absenteísmo.
Entre as 57 mil mortes associadas ao consumo de ultraprocessados em 2019, 10,5% do total nacional, os homens foram os mais afetados (71,73%).
Estados com maior proporção de mortes relacionadas
Alguns estados registraram índices acima da média nacional:
- Rio Grande do Sul (13%)
- Santa Catarina (12,5%)
- São Paulo (12,3%)
- Distrito Federal (11,7%)
- Amapá (11,1%)
- Rio de Janeiro (10,9%)
- Paraná (10,7%)
Outro estudo apontou que 98% dos ultraprocessados no Brasil possuem ingredientes nocivos, como sódio, gorduras e açúcares em excesso, além de aditivos cosméticos (82,1%), que podem causar alergias, distúrbios como TDAH e até câncer.
Propostas para mudanças
Eduardo Nilson, responsável pelo levantamento, enfatiza a necessidade de políticas públicas para reduzir o consumo de ultraprocessados, como:
- Tributação de produtos ultraprocessados.
- Regulação de marketing e venda.
- Rotulagem nutricional clara.
Ele ainda ressalta que o valor estimado de R$ 10,4 bilhões representa apenas uma parte do problema, já que não considera gastos na atenção primária, saúde suplementar ou despesas particulares.