Conselho do Corinthians aprova impeachment de Augusto Melo e afasta presidente do cargo

O Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou, nesta segunda-feira (27), o impeachment do presidente Augusto Melo. A decisão marca o fim de uma gestão marcada por polêmicas, denúncias graves e investigações que mancharam a imagem do clube.

A votação no Conselho aconteceu meses após a abertura do processo, que teve como principal acusação a gestão temerária de Melo, com foco no contrato firmado com a antiga patrocinadora Vai de Bet. A parceria foi rompida após denúncias de que os valores pagos pelo acordo passaram por empresas de fachada — as chamadas “laranjas”. Uma dessas empresas, a UJ Football Tallent, foi citada como possível braço do PCC por um delator que acabou assassinado no aeroporto de Guarulhos.

Além disso, Augusto Melo foi indiciado pela Polícia Civil na última quinta-feira (22) pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado por abuso de confiança e lavagem de dinheiro. Também foram indiciados o ex-diretor administrativo Marcelo Mariano, o ex-superintendente de marketing Sérgio Moura e o empresário Alex Cassundé.

A defesa de Melo tentou adiar a votação. Segundo o advogado Ricardo Cury, o fato de o relatório final da investigação ter sido divulgado três dias antes da reunião no Conselho reforça a tese de perseguição política. A defesa também acionou a Justiça, argumentando que a Comissão de Ética havia recomendado aguardar a conclusão do inquérito antes de seguir com a votação.

Augusto chegou a obter uma decisão judicial suspendendo a votação, mas o Conselho Deliberativo recorreu e conseguiu derrubar a liminar. No fim, o impeachment foi aprovado e o presidente destituído do cargo.

A crise envolvendo Augusto Melo começou ainda em 2024, com a abertura de três processos de impeachment contra ele. Além das denúncias sobre o contrato da Vai de Bet, há acusações de irregularidades financeiras, como a reprovação das contas do clube no ano passado e o aumento da dívida do Corinthians.

Agora, a defesa de Melo promete recorrer à esfera federal. Enquanto isso, o Corinthians tenta reorganizar sua administração em meio a um cenário turbulento.