Na quarta-feira, 11, o Congresso da Espanha votou para reconhecer Edmundo González como o presidente eleito da Venezuela. A proposta, debatida desde terça-feira, 10, foi aprovada com 177 votos a favor, 164 contra e uma abstenção. A votação surge em meio a um cenário de intensa polarização política e crise na Venezuela, acentuada pela recente movimentação de González para o exílio.
Reconhecimento e reação internacional
Apesar da decisão parlamentar, o governo espanhol liderado pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez afirmou que não adotará a resolução do Congresso. A postura do governo reflete a complexidade do reconhecimento internacional em contextos políticos controversos.
María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, celebrou o reconhecimento em suas redes sociais: “Grande vitória! Hoje alcançamos mais um marco significativo em nossa luta pela democracia e liberdade.” Machado, uma figura central na oposição, expressou gratidão aos deputados espanhóis que apoiaram a causa.
Contexto e controvérsias
A aprovação da proposta coincide com a saída de Edmundo González da Venezuela. González, candidato de oposição nas eleições de 28 de julho, foi investigado pelo Ministério Público venezuelano e teve um mandado de prisão emitido contra ele. Ele deixou a Venezuela a bordo de uma aeronave da Força Aérea Espanhola e recebeu asilo político na Espanha.
O presidente Nicolás Maduro, por sua vez, comentou sobre a saída de González, afirmando ter conduzido pessoalmente as negociações para sua partida, embora não tenha revelado detalhes sobre o processo. Em um programa de TV estatal, Maduro minimizou a importância do reconhecimento espanhol, enfatizando que o país está agora em paz após as eleições controversas.
A decisão do Congresso Espanhol de reconhecer González é um reflexo do crescente apoio internacional à oposição venezuelana, mas também levanta questões sobre a eficácia desse reconhecimento sem respaldo formal do governo espanhol e sua aplicação prática nas instituições internacionais.
A missão de González e de sua equipe é agora uma questão de como se estabelecerão as próximas ações e a continuidade de seu movimento de oposição dentro e fora da Venezuela. A situação continua a evoluir, com implicações potenciais para a política interna e as relações internacionais envolvendo a Venezuela.