Como surgiu o 13º salário e por que é importante enxergá-lo como um direito trabalhista

Photo of author

By LatAm Reports Redatores da Equipe

O 13º salário, oficialmente chamado de “gratificação de Natal”, foi instituído no Brasil em 13 de julho de 1962, durante o governo de João Goulart, por meio da Lei nº 4.090. O benefício foi conquistado após intensos protestos e greves dos trabalhadores, em um contexto de alta inflação que corroía o poder de compra da população.

Origem e impacto econômico

O 13º salário surgiu como resposta às demandas por melhores condições para os trabalhadores. Embora tenha enfrentado resistência de empresários e especialistas econômicos, que temiam impactos negativos na economia, o benefício não só se consolidou como passou a injetar bilhões de reais no mercado anualmente.

Em 2024, por exemplo, o pagamento do 13º salário deve movimentar mais de R$ 320 bilhões na economia brasileira, reforçando sua importância para o consumo e a circulação de dinheiro no país.

Por que o 13º é um direito e não um bônus

De acordo com a educadora financeira Mila Gaudencio, é essencial entender que o 13º salário não é uma gratificação aleatória, mas um direito trabalhista. Sua lógica se baseia no cálculo das semanas do ano:

  • Um ano tem 52 semanas.
  • Dividindo-se por 4 (média de semanas por mês), chega-se a 13 meses equivalentes.

Assim, o 13º salário compensa essas semanas extras trabalhadas ao longo do ano, tornando-se uma forma justa de remuneração por esse período adicional.

“Ele não é apenas um bônus; é fruto do trabalho realizado. Quando o enxergamos dessa forma, fica mais fácil valorizar o esforço que levou a sua conquista”, ressalta Mila.

Melhor uso do 13º salário

Para muitos, o 13º é uma oportunidade de equilibrar as finanças, principalmente no fim do ano. Mila sugere que os trabalhadores planejem o uso do dinheiro extra, priorizando:

  1. Quitação de dívidas: O fim do ano é uma boa oportunidade para renegociar pendências financeiras e começar o próximo ano no azul.
  2. Reserva de emergência: Guardar parte do valor pode garantir segurança em momentos inesperados.
  3. Investimento ou consumo planejado: Avaliar necessidades reais e direcionar o dinheiro para algo que agregue valor.