CNPq anuncia bolsa de R$ 13 mil para manter cientistas no país

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

O CNPq deve lançar ainda neste mês um novo edital voltado a manter pesquisadores no Brasil. A iniciativa, chamada Profix-CB, prevê bolsas mensais de R$ 13 mil durante quatro anos. O objetivo é reduzir a saída de cientistas qualificados para o exterior. A medida foi confirmada pelo novo presidente do órgão, Olival Freire Junior, poucos dias após assumir o comando.

O programa retoma a lógica do Conhecimento Brasil. Ele havia sido criado para atrair doutores que estavam fora do país ou que concluíram parte da formação no exterior. Agora, contudo, a prioridade passa a ser a fixação desses profissionais em instituições brasileiras. Além disso, o conselho estima oferecer mil bolsas financiadas pelo FNDCT.

Critérios, prioridades e distribuição entre os estados

Segundo Freire Junior, a chamada será feita em parceria com a Capes e com as fundações estaduais de amparo à pesquisa. Cada estado poderá definir suas próprias áreas prioritárias, embora siga os eixos estratégicos da nova política nacional de ciência e tecnologia. Esse documento ainda está em consulta pública. Ele organiza temas como energias renováveis, bioeconomia, inteligência artificial, novos materiais, inclusão e redução das desigualdades.

A divisão regional das bolsas é um ponto sensível. Isso porque a primeira fase do Conhecimento Brasil concentrou mais da metade dos recursos no Sudeste, com destaque para USP, UFMG e Unicamp. O CNPq diz que o novo desenho busca evitar esse desequilíbrio. Freire Junior afirma que o balanço inicial foi positivo, já que o órgão não esperava tantos candidatos interessados em retornar ao país. A primeira etapa selecionou 567 pesquisadores entre mais de mil inscritos.

Planos paralelos e reforço na comunicação

O CNPq também quer avançar em outra frente: atrair cientistas estrangeiros. Essa proposta havia sido mencionada pela gestão anterior. No entanto, ainda depende de ajustes diplomáticos e de regras de visto. A ideia inicial mira pesquisadores dos Estados Unidos, onde cortes recentes na ciência têm preocupado universidades e laboratórios.

Freire Junior afirma ainda que o órgão precisa melhorar a comunicação com a sociedade. Ele cita, por exemplo, um caso recente. Após interações nas redes sociais, o CNPq identificou atrasos em bolsas ligadas a convênios com o Ministério da Saúde. O problema teria sido resolvido rapidamente. Para ele, ampliar essa interlocução é essencial para mostrar o impacto real da pesquisa brasileira.

Pensando no aniversário de 75 anos do CNPq, em 2026, o presidente apresentou ao governo uma proposta de encontro entre Lula e pesquisadores de diferentes regiões. A ideia é aproximar a comunidade científica do Palácio do Planalto e abrir espaço para relatos diretos sobre desafios e avanços do setor.