Intensas chuvas no Brasil trouxeram à tona o que cientistas acreditam ser os esqueletos de dinossauros mais antigos já encontrados. O fóssil, quase totalmente preservado, foi descoberto próximo a um reservatório no estado do Rio Grande do Sul, no sul do Brasil, e pode ter aproximadamente 233 milhões de anos.
Os pesquisadores sugerem que o fóssil pertence a um dinossauro da família Herrerasauridae, um grupo de dinossauros carnívoros que atingia cerca de 2,5 metros de comprimento e habitava extensas áreas do Brasil e da Argentina atuais. Essa descoberta é especialmente significativa porque os dinossauros começaram a surgir durante o Período Triássico, quando todos os continentes estavam unidos em um único supercontinente chamado Pangeia.
Rodrigo Müller, da Universidade Federal de Santa Maria, afirmou à Agência Brasil que o fóssil é “um dos mais antigos do mundo”. Müller explicou à Associated Press que inicialmente foram encontrados apenas alguns ossos isolados, mas, conforme o material foi exposto, foi possível identificar um esqueleto quase completo.
Descoberta relevante e desafios ambientais
Atualmente, o fóssil de dinossauro mais antigo conhecido é uma coleção de fósseis de diferentes espécies datados de cerca de 231 milhões de anos. Existem fósseis mais antigos, mas sua datagem é contestada, chegando até 240 milhões de anos.
Caso os achados sejam confirmados e revisados por pares, eles poderão fornecer novas informações sobre a origem dos dinossauros. O Período Triássico, que durou cerca de 50 milhões de anos, seguiu o evento de extinção Permiano, quando aproximadamente 90% das espécies da Terra desapareceram.
A importância da descoberta é sublinhada pelo fato de que ela pode oferecer insights valiosos sobre a origem dos dinossauros, conforme ressaltou o Dr. Müller. Contudo, a região onde o fóssil foi encontrado enfrenta desafios ambientais significativos, com chuvas torrenciais cada vez mais devastadoras.
Em junho, o estado enfrentou três meses de chuva em apenas duas semanas, causando inundações que resultaram na morte de quase 200 pessoas, segundo a Defesa Civil do Brasil. Os pesquisadores estão em uma corrida contra o tempo para retirar os fósseis restantes antes que as chuvas causem mais danos. Infelizmente, ossos como um “osso da perna e um osso da pelve” já foram destruídos pelas inundações.
Matéria traduzida de Independent