Caso Vitória: investigação aponta que jovem pode ter sido vítima de um stalker

As investigações sobre o assassinato de Vitória Regina de Souza, de 17 anos, tomaram um novo rumo após a análise do celular do principal suspeito, Maicol Sales dos Santos. A perícia revelou que ele monitorava os passos da jovem desde 2024, levantando a hipótese de que o crime tenha sido premeditado e cometido sem a participação de terceiros.

Vitória desapareceu no dia 27 de fevereiro e foi encontrada morta em 5 de março, em uma área isolada a cerca de cinco quilômetros de sua residência, em Cajamar, na Grande São Paulo. Maicol, morador do mesmo bairro, é o único suspeito preso até o momento.

Obcecado por Vitória

De acordo com o laudo pericial obtido com exclusividade pelo Fantástico, Maicol teria visto uma postagem de Vitória em um ponto de ônibus às 0h06 do dia 27 de fevereiro, cerca de 20 minutos antes de a jovem desembarcar próximo à sua casa. Isso sugere que ele pode tê-la interceptado no trajeto.

Além disso, o relatório indica que Maicol armazenava uma coleção de fotos da jovem em seu celular, reforçando a teoria de que ele a perseguia há meses. As autoridades agora investigam se ele planejava sequestrá-la há mais tempo.

A perícia também encontrou imagens de outras mulheres com características físicas semelhantes às de Vitória, todas extraídas de redes sociais, além de fotos de armas brancas e de um revólver. A suspeita é que ele tenha usado a arma para obrigar a vítima a entrar em seu carro sem chamar atenção.

Depoimentos colhidos pela polícia indicam que vizinhos ouviram barulhos na casa de Maicol na noite do desaparecimento da jovem. Outra testemunha afirmou que o carro do suspeito foi visto circulando na região no horário aproximado do sumiço de Vitória.

Imagens de câmeras de segurança registraram um veículo semelhante ao de Maicol passando duas vezes pela área onde Vitória foi vista pela última vez. Além disso, a perícia encontrou um fio de cabelo e uma mancha suspeita em seu automóvel. Um exame de DNA determinará se pertencem à vítima.

Outro vestígio de sangue foi identificado em uma casa utilizada por Maicol, que pode ter servido como cativeiro.

Depoimentos contraditórios

Preso há oito dias, Maicol nega envolvimento no crime. Em depoimento, ele alegou que estava em casa na noite do desaparecimento de Vitória. No entanto, sua esposa contestou essa versão e afirmou que passou a noite na casa da mãe, sem encontrar o marido.

Diante das novas evidências, a polícia avalia se continua considerando Gustavo Vinícius, ex-namorado da vítima, e Daniel Lucas Pereira, morador da região, como suspeitos. Ambos sempre negaram qualquer participação no crime.

Os investigadores aguardam a conclusão dos laudos periciais para determinar se Maicol agiu sozinho e confirmar sua responsabilidade pelo assassinato.