Edmundo Gonzáles Urrutia, principal aposta da oposição venezuelana para enfrentar o chavismo após 25 anos de governo, demonstra otimismo em relação às eleições presidenciais marcadas para 28 de julho.
Em entrevista à BBC News Mundo, Urrutia reconhece as críticas ao processo eleitoral venezuelano, destacando a falta de equidade e transparência.
“As eleições na Venezuela não são justas, limpas ou equitativas. O governo usa seus recursos para favorecer o candidato oficial através de extensas cadeias de televisão, uma vantagem que não temos”, afirmou o diplomata.
Apesar desses desafios, Urrutia expressa confiança na vitória da oposição: “Vamos derrotar o chavismo com uma maioria expressiva nas urnas, respaldados pelo apoio de milhões de venezuelanos comprometidos com a mudança”, declarou.
As pesquisas eleitorais indicam um cenário favorável para Urrutia, com aproximadamente 50% das intenções de voto, enquanto Maduro registra cerca de 23%.
Urrutia foi escolhido pela Plataforma Unitária Democrática (PUD) após a exclusão de duas candidatas, Maria Corina Machado e Corina Yoris, da disputa presidencial. Com uma carreira destacada na diplomacia venezuelana, incluindo períodos como embaixador na Argélia e na Argentina durante os governos de Rafael Caldera e Hugo Chávez, Urrutia encara sua candidatura como um compromisso pessoal com os venezuelanos e a democracia.
O candidato enfatiza um discurso de unidade nacional em sua campanha, rejeitando a polarização política. Ele também critica a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de revogar o convite à União Europeia para observar as eleições, considerando isso um mau sinal para a comunidade internacional.
Quanto às prioridades caso seja eleito presidente, Urrutia destaca a luta contra a pobreza como uma meta urgente.
“Com 82% da população vivendo na pobreza, enfrentamos um desafio monumental. Vamos implementar um plano econômico que busque recursos internacionais, gere confiança e atraia investimentos estrangeiros para superar nossas dificuldades”, ”firmou.
Apesar dos obstáculos, Urrutia reitera seu compromisso em restaurar a institucionalidade democrática na Venezuela através das eleições de 28 de julho.