A Polícia Federal revelou novos detalhes de uma investigação que envolve o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, e um suposto esquema de apostas ilegais. De acordo com o relatório obtido pelo Fantástico, o jogador teria trocado mensagens com o próprio irmão, Wander Nunes Pinto Junior, sobre o recebimento de cartões amarelos em partidas do Campeonato Brasileiro.
As conversas fazem parte do material apreendido pela PF em celulares e computadores dos investigados. Em uma das mensagens, datada de 16 de outubro de 2024, Wander escreve ao irmão:
“Tá com dois de novo, hein? Quando for tomar o terceiro, avisa.”
Bruno Henrique responde de forma ríspida: “Me chamou para falar isso? Tá de brincadeira.”
No entanto, apenas três dias antes da partida contra o Santos, em 29 de outubro, foi o próprio Bruno quem procurou o irmão, perguntando se ele se lembrava de uma conversa anterior. Em seguida, realizou uma ligação. A Polícia acredita que o tema tenha sido justamente o possível recebimento de mais um cartão amarelo, ação que acabou ocorrendo na partida e gerou alertas em casas de apostas.
Segundo a PF, as informações eram repassadas por Wander a um grupo de apostadores que incluía parentes e amigos. Ao todo, dez pessoas foram indiciadas. Bruno Henrique e o irmão podem responder por fraude em competição esportiva, com pena de 2 a 6 anos de prisão, e por estelionato, cuja pena vai de 1 a 5 anos.
Na esfera esportiva, o caso será analisado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Por enquanto, não há pedido de suspensão preventiva, o que permite que o jogador continue atuando normalmente. Se a denúncia do Ministério Público for aceita, ele poderá ser julgado e até eliminado do futebol, ao final do processo.
A defesa do jogador, representada pelo advogado Ricardo Pieri, afirma que Bruno Henrique é reconhecido por sua conduta e compromisso com o esporte, e nega qualquer envolvimento com manipulação de apostas. O Flamengo, por sua vez, declarou que acompanha o caso com atenção e reafirma seu compromisso com a ética, mas destaca a presunção de inocência do atleta.