Los Angeles vive uma das maiores tragédias de sua história: o pior incêndio já registrado na cidade deixou bairros inteiros em cinzas, dezenas de mortos e centenas de desabrigados. Entre as vítimas, estão brasileiros que relataram momentos de desespero enquanto fugiam do fogo.
Um brasileiro que perdeu sua casa em Pacific Palisades compartilhou sua experiência ao Fantástico. Ele voltou ao local para tentar recuperar memórias em meio aos destroços. “Venho aqui com uma pá, duas luvas, para tentar desenterrar alguma memória”, disse. Ele relatou que tentou conter as chamas com uma mangueira, mas o fogo se espalhou rapidamente. “O bombeiro parado na frente da minha casa estava sem água. Foi muito triste.”
Outro relato emocionante veio de Marisa, que trabalha como babá nos Estados Unidos. Fugindo em seu carro, ela foi alertada por policiais. “A polícia bateu no meu carro e disse: ‘Sai daqui, se não vamos morrer queimados’.”
Kaya Verruno, outro brasileiro na região, fez parte de uma brigada voluntária para salvar residências. “80% dessa praia não existe mais. Mas, graças à união, conseguimos salvar umas oito a dez casas. Trabalhamos 24, 36 horas sem parar para proteger o que podíamos.”
O impacto do incêndio
Embora as causas do incêndio ainda estejam sob investigação, especialistas apontam fatores como os ventos de Santa Ana e a seca histórica no sul da Califórnia. Segundo Leila Carvalho, professora da Universidade da Califórnia, a vegetação extremamente seca, combinada com altas temperaturas, criou o cenário perfeito para a tragédia.
“As mudanças climáticas e o aquecimento global aumentam a frequência e a intensidade desses incêndios. Em 2024, registramos o ano mais quente da história, com emissões recordes de carbono,” explicou Carvalho.
Famosos entre os afetados
Celebridades de Hollywood também foram impactadas. Mansões de Paris Hilton, Mel Gibson e Adam Brody foram destruídas pelo fogo. Paris Hilton compartilhou nas redes sociais imagens de sua casa sendo consumida pelas chamas em Malibu, descrevendo a experiência como devastadora.
Além das estrelas, muitos aposentados que viviam em condomínios populares, como em trailers, perderam tudo. Um morador lamentou: “Eram 177 casas, não deu tempo de tirar nada.”
A tragédia reforça a urgência de políticas climáticas globais e estratégias de prevenção de desastres em áreas de risco.