Os 88 brasileiros deportados pelos Estados Unidos na primeira grande leva de expulsões do governo Donald Trump não tinham pendências criminais ou registros ativos na Interpol. A informação foi confirmada por investigadores da Polícia Federal (PF), que analisaram detalhadamente as fichas dos deportados.
“Havia pessoas com registros criminais, mas com situação já resolvida”, explicou uma fonte da PF. Isso significa que nenhum dos deportados possuía mandados de prisão em aberto ou restrições legais que impedissem seu retorno ao Brasil.
A deportação ocorreu dentro do protocolo de segurança adotado pelos Estados Unidos, com os brasileiros sendo transportados algemados. Essa prática é comum em gestões republicanas e democratas, incluindo as administrações de Donald Trump e Joe Biden.
Brasil busca novo protocolo para deportados
Diante da nova política imigratória dos EUA, o governo brasileiro está estruturando um grupo de trabalho em conjunto com a Embaixada dos EUA para definir diretrizes sobre futuras deportações. O objetivo é estabelecer um protocolo que permita ao Brasil receber, com antecedência, a lista de deportados, possibilitando a verificação de antecedentes criminais antes da expulsão.
Atualmente, os brasileiros são deportados sem que as autoridades nacionais tenham conhecimento prévio detalhado sobre suas situações jurídicas. Essa falta de comunicação preocupa os investigadores, que defendem mais transparência no processo.
O aumento das deportações ocorre em meio às mudanças na política imigratória dos Estados Unidos, que endureceu regras para imigrantes ilegais. O governo Trump retomou medidas rígidas para a remoção de estrangeiros sem documentação, o que impacta diretamente brasileiros que tentam entrar no país por rotas irregulares.
Após a chegada ao Brasil, os deportados tiveram as algemas retiradas por determinação da Polícia Federal. Seguindo orientação do governo federal, foram levados de aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) até seus estados de origem.
A deportação em massa reacende debates sobre a necessidade de maior assistência a brasileiros no exterior e políticas para lidar com fluxos migratórios. Autoridades brasileiras monitoram o cenário, pois novas levas de expulsões devem ocorrer nos próximos meses.