Uma pesquisa recente da consultoria ERM, encomendada pelo Terra FC, revelou que 85% dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro de 2024 estão sob alto risco de sofrerem impactos graves de eventos climáticos extremos nos próximos 10 anos. Enchentes, ondas de calor, queimadas e secas estão entre os maiores desafios climáticos enfrentados pelos clubes.
A pesquisa avaliou os riscos climáticos com base nas cidades onde estão localizados os estádios dos clubes, dividindo os níveis de ameaça em categorias que variam de muito baixo a alto. Segundo o levantamento, 17 dos 20 clubes da Série A estão em áreas com alto risco de eventos climáticos severos, enquanto todos enfrentam algum nível de ameaça.
Entre os clubes mais vulneráveis a queimadas estão Atlético-MG, Cruzeiro, Palmeiras e Vitória. Já os times do Rio de Janeiro — Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco — correm alto risco de enfrentar inundações frequentes.
Os eventos climáticos extremos, como enchentes no Rio Grande do Sul em 2024, têm causado prejuízos significativos. O Grêmio e o Internacional, por exemplo, sofreram danos estruturais e financeiros, além de impactos logísticos e emocionais. As perdas incluem desde a destruição de gramados e centros de treinamento até a interrupção de jogos e campeonatos.
Impactos financeiros e sociais
O futebol brasileiro já contabiliza prejuízos superiores a R$ 100 milhões neste ano devido a desastres climáticos. O Grêmio, por exemplo, perdeu 43 funcionários afetados diretamente pelas enchentes e viu seu desempenho em campo cair drasticamente. O Internacional, além das perdas estruturais, enfrentou desafios logísticos e emocionais, refletindo na performance da equipe.
Além dos danos financeiros e esportivos, a crise climática tem consequências mais amplas, afetando a saúde pública, a segurança alimentar e as condições de vida. Estudos indicam que, à medida que o clima se torna mais instável, esses impactos tendem a se intensificar.
Mobilização do futebol pelo clima
Com a COP-30 programada para ocorrer em Belém no próximo ano, o Terra FC busca usar o futebol como plataforma para conscientização sobre mudanças climáticas. A coalizão, apoiada por clubes como Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco, visa mobilizar torcedores e clubes para ações concretas.
O estudo ressalta a urgência de medidas preventivas e adaptações para mitigar os impactos climáticos no esporte. Infraestruturas resilientes, planos de contingência e parcerias com autoridades locais são algumas das estratégias já adotadas por clubes como Grêmio e Internacional.
O futebol, o esporte mais popular do mundo, tem o poder de engajar bilhões de pessoas. Segundo Ricardo Calçado, diretor do Terra FC, “é essencial que usemos essa paixão para promover conscientização e ação em prol da sustentabilidade.”