A embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, deve representar o governo brasileiro na cerimônia de posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, marcada para a próxima segunda-feira, 20 de janeiro de 2025. Segundo diplomatas, o convite foi enviado à chancelaria brasileira, e a presença da embaixadora já foi confirmada.
Nos Estados Unidos, é tradição que as posses presidenciais contem com a presença de embaixadores dos países que mantêm relações diplomáticas com Washington. Assim, não é habitual o convite a chefes de Estado, salvo exceções.
Lula e Trump ainda não conversaram
Até o momento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump não conversaram por telefone desde a confirmação da vitória do republicano nas urnas. De acordo com auxiliares de Lula, não há movimentações para um contato nos próximos dias.
Mesmo sem a conversa direta, Lula reconheceu oficialmente o resultado das eleições americanas em novembro de 2024 e desejou sucesso ao novo governo. “Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada,” declarou Lula em uma publicação nas redes sociais.
Apesar do distanciamento político entre os dois líderes, diplomatas acreditam que as relações entre Brasil e Estados Unidos devem se manter estáveis, baseadas no pragmatismo e no fortalecimento de laços comerciais. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, ficando atrás apenas da China.
O governo brasileiro busca preservar interesses estratégicos e econômicos, adotando uma abordagem semelhante à gestão de Javier Milei na Argentina, outro país que mantém forte relação comercial com os Estados Unidos.
Bolsonaro busca autorização para comparecer à posse
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que foi convidado para a posse de Trump e solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a liberação de seu passaporte para viajar até Washington. Bolsonaro teve o documento apreendido em fevereiro de 2024, em uma operação que investiga suposta tentativa de golpe de Estado.
O ministro Alexandre de Moraes determinou que Bolsonaro comprove formalmente o convite antes de autorizar sua saída do Brasil.
Trump, alinhado ideologicamente ao ex-presidente Bolsonaro, retorna à Casa Branca após derrotar a democrata Kamala Harris. Sua posse reflete a continuidade de um cenário político polarizado, que impacta não apenas os Estados Unidos, mas também a relação com países como o Brasil.