Em agosto de 2024, o Brasil enfrentou uma crise sem precedentes em termos de queimadas, com um total de 68.635 focos registrados, segundo dados do “Programa Queimadas” do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este é o pior resultado para o mês desde 2010, quando o país viu 90.444 focos ativos. O aumento é alarmante: mais do que dobrou em comparação ao ano passado, quando foram contabilizados 28.056 focos.
Os números históricos do Inpe indicam que este agosto está entre os cinco piores meses de agosto desde 1998 em termos de focos de queimadas. A média histórica para o mês é de 46.529 focos, e o mínimo registrado foi em 2013, com cerca de 21 mil focos.
Focos de queimadas na amazônia e no cerrado
A Amazônia e o Cerrado são os biomas mais afetados, com mais de 80% dos focos ocorrendo nessas regiões. Na Amazônia, a temporada de incêndios vai de junho a outubro, mas atividades ilegais, como desmatamento e queimadas, ocorrem durante o ano todo. Desde janeiro de 2024, a Amazônia registrou 65.667 focos, um aumento de 104% em relação ao mesmo período do ano passado. Somente em agosto, foram 38.266 focos, representando um aumento de 120% em relação ao mês anterior.
O Cerrado também enfrenta um aumento significativo, com 18.620 focos registrados apenas em agosto. Isso mais que dobra o número do ano passado, que foi de 6.850 focos. No total, o Cerrado contabiliza 40.496 focos desde o início do ano, um aumento de 70% comparado ao mesmo período em 2023.
Esses dados refletem uma intensificação preocupante nas queimadas, que têm impactos negativos tanto para o meio ambiente quanto para a qualidade do ar em várias regiões do Brasil e além, com fumaça se espalhando por milhares de quilômetros.