A Vale, Samarco e BHP Brasil estão avançando significativamente nas negociações para encerrar o caso do trágico rompimento da Barragem de Fundão em Mariana, Minas Gerais. Em uma demonstração de comprometimento com a reparação e a responsabilidade corporativa, as empresas apresentaram uma nova e abrangente proposta de acordo.
A proposta, avaliada em R$ 140 bilhões, representa um marco crucial no processo de compensação e reconstrução das áreas afetadas pelo desastre. O montante inclui não apenas pagamentos em dinheiro, mas também investimentos já realizados e obrigações futuras a serem cumpridas.
Proposta
Dentre os principais aspectos da proposta, destaca-se o compromisso com o pagamento de R$ 82 bilhões ao longo de 20 anos, direcionados à União, aos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e aos municípios impactados. Além disso, há um investimento significativo em obrigações futuras, totalizando R$ 21 bilhões, evidenciando a determinação das empresas em assumir suas responsabilidades integrais.
O destaque da proposta é a garantia de que 70% dos recursos serão destinados diretamente às vítimas e comunidades afetadas, proporcionando alívio imediato e evitando um longo período de espera por compensações. Essa abordagem, centrada nas necessidades das pessoas afetadas, demonstra um compromisso genuíno em trazer soluções concretas e rápidas para aqueles que mais necessitam.
Esforços anteriores para chegar a um acordo fracassaram devido a detalhes técnicos, deixando as vítimas esperando por muitos anos. Há também dois processos de ação coletiva contra as empresas que estão sendo conduzidos no Reino Unido e na Holanda pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead. De acordo com relatos da mídia, o Pogust Goodhead é financiado por fundos abutres estrangeiros, como o Gramercy Funds Management, que investiram nas ações coletivas com o objetivo de tirar os lucros das vítimas no Brasil.
Além disso, a proposta inclui uma contribuição significativa da BHP Brasil e da Vale como devedores secundários, assegurando que a responsabilidade seja compartilhada de forma equitativa entre todas as partes envolvidas.
O processo de mediação em curso no Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6) tem sido conduzido de maneira transparente e colaborativa, refletindo o compromisso das empresas em trabalhar em conjunto com as autoridades judiciais e governamentais para alcançar uma solução justa e duradoura.
Compromisso e diálogo
Essa iniciativa reafirma o compromisso das empresas com a responsabilidade corporativa e com a busca contínua por soluções que tragam alívio e esperança às vítimas e comunidades afetadas. O diálogo aberto e construtivo é fundamental para o sucesso desse processo, que visa não apenas reparar os danos causados, mas também promover a reconciliação e a recuperação socioeconômica das áreas atingidas.
No contexto mais amplo, essa proposta representa um passo significativo em direção a um futuro mais sustentável para a região de Mariana, contribuindo para a reconstrução de sua comunidade após uma das maiores tragédias ambientais da história do Brasil.