O Brasil garantiu sua vaga na final do torneio olímpico de futebol feminino após vencer a campeã mundial Espanha por 4 a 2 nesta terça-feira, 6. Gabi Portilho, Adriana e Kerolin marcaram na empolgante semifinal no Stade de Marseille, após um gol contra de Irene Paredes ter colocado as bicampeãs olímpicas na frente.
“É um sonho, e os sonhos se tornam realidade”, disse Kerolin, cujo gol no primeiro minuto dos mais de 15 minutos de acréscimos ajudou a segurar a reação final da Espanha. “Estou tão empolgada, tão empolgada, tão empolgada e realmente, realmente impressionada com minhas companheiras de equipe.”
A vitória significa que a grande Marta terá a chance de encerrar sua carreira internacional brilhante competindo por uma medalha de ouro, depois de ter sido suspensa nas quartas e semifinais. Aos 38 anos, Marta já declarou que suas sextas Olimpíadas serão seu último grande torneio com a seleção nacional.
“Nós sabíamos exatamente o que viemos fazer hoje, e foi uma final para nós hoje”, disse Angelina, que estava liderando a equipe do Brasil. “Então, estávamos muito determinadas e viemos para vencer.”
Angelina afirmou que o time brasileiro precisava “celebrar um pouco”, mas rapidamente focar na final. “Foi uma grande vitória. Novamente, a Espanha é uma equipe incrível e sabíamos disso”, disse ela. “Agora precisamos descansar e estudar muito para ver o que podemos fazer contra os EUA.”
Espanha busca medalha de bronze após derrota
A Espanha não terá a chance em Paris de consolidar ainda mais sua posição no topo do futebol feminino ao adicionar uma medalha de ouro olímpica ao título mundial conquistado no ano passado. No entanto, ainda há muito em jogo nos Jogos de Paris.
“Continuamos lutando por algo muito bom e continuará sendo os Jogos Olímpicos até o fim”, disse a atacante Jennifer Hermoso. “Uma medalha de bronze também é muito difícil de conseguir.”
O gol contra de Paredes, aos seis minutos, colocou o Brasil em vantagem, e Portilho dobrou a vantagem aos quatro minutos do primeiro tempo. O cabeceio de Adriana, aos 71 minutos, sublinhou o domínio brasileiro. Mas, com a vitória aparentemente garantida, ainda houve mais drama.
Salma Paralluelo reduziu a diferença para a Espanha com um cabeceio aos 85 minutos e, quase imediatamente, Alexia Putellas acertou a trave com um chute de fora da área. Kerolin fez 4 a 1 ao chutar entre as pernas da goleira espanhola Cata Coll.
Paralluelo marcou seu segundo gol aos 12 minutos do tempo adicional, mas já era tarde demais para uma reação da Espanha.
Trajetória brasileira nas Olimpíadas
O Brasil enfrentará a equipe feminina dos EUA, quatro vezes campeã olímpica, na final de sábado no Parc des Princes em Paris. A Espanha jogará contra a Alemanha em Lyon pela medalha de bronze.
O Brasil já foi derrotado duas vezes em finais olímpicas pelos EUA — em Atenas 2004 e Pequim 2008. A equipe garantiu seu lugar na final pela terceira vez após se redimir de uma derrota por 2 a 0 para a Espanha na fase de grupos do torneio. Esse jogo também viu Marta ser expulsa, e o Brasil recebeu a confirmação poucas horas antes do início das semifinais de que seu apelo contra a suspensão dela havia sido rejeitado.
No final, o Brasil não precisou de sua maior jogadora neste jogo e deu um grande passo em direção à final logo no início, após uma falha desastrosa na defesa da Espanha, quando Coll, sob pressão de Priscila, tentou um despejo que voltou em Paredes e entrou em seu próprio gol.
O Brasil dominou as oportunidades, chegando várias vezes ao gol, e fez valer sua superioridade pouco antes do intervalo com Portilho, que finalizou no canto inferior a partir do cruzamento de Yasmim.
Adriana fez 3 a 0 depois de ver seu primeiro esforço acertar a trave de seis metros e depois cabecear o cruzamento de Portilho. A Espanha, que havia se recuperado de uma desvantagem de 2 a 0 para vencer a Colômbia nas quartas de final, deu esperança aos seus torcedores com o cabeceio de Paralluelo. Mas quando Kerolin colocou o Brasil 4 a 1 à frente, um segundo gol de Paralluelo se mostrou apenas um consolo.
“Mostramos ao mundo que temos um time jovem e uma equipe que tem um ótimo entendimento tático, que compete e sempre será assim — competitiva”, disse o técnico do Brasil, Arthur Elias. “O Brasil no futebol feminino é motivo de grande orgulho.”