Cinco anos após o início da pandemia, a Covid-19 continua sendo uma ameaça à saúde pública no Brasil. Entre janeiro e 1º de março de 2025, a doença causou 761 mortes no país, segundo dados do Ministério da Saúde analisados pela plataforma SP Covid Info Tracker. Apesar da redução em relação ao mesmo período de 2024, os números ainda chamam atenção e reforçam a necessidade de cuidados contínuos.
Mortes ainda preocupam
O número de óbitos registrados no primeiro bimestre de 2025 representa uma queda de 57,46% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando 1.789 pessoas perderam a vida para a doença. No entanto, o volume ainda equivale a seis quedas de aeronaves Boeing 737-700, que possuem capacidade média de 126 passageiros.
Em São Paulo, a tendência de queda se repete. No estado, 262 mortes foram registradas até o início de março, uma redução de 43% em comparação a 2024. Entretanto, quando analisadas as últimas semanas epidemiológicas, o número de mortes cresceu 21% no Brasil e 58% em São Paulo, sugerindo que o risco ainda existe e pode aumentar.
Para especialistas, o impacto da Covid-19 ainda é significativo, especialmente entre idosos, doentes crônicos e imunossuprimidos. De acordo com o infectologista Renato Grinbaum, da Sociedade Brasileira de Infectologia, esses grupos continuam mais propensos a desenvolver formas graves da doença, exigindo acompanhamento contínuo e reforço vacinal.
Mesmo para a população em geral, a Covid-19 ainda exige atenção. O infectologista André Bon, do Hospital Nove de Julho, explica que o principal fator de risco para óbito continua sendo a idade. Acima dos 80 anos, o risco de morte por Covid chega a ser 340 vezes maior do que em pessoas entre 18 e 29 anos.
A imunização segue como a forma mais eficaz de reduzir a gravidade da doença. Segundo Bon, quem está vacinado com as doses bivalentes mais recentes tem metade da chance de morrer por Covid em relação às pessoas que receberam apenas vacinas monovalentes, mais antigas.
Além disso, tratamentos antivirais têm sido um reforço no combate à doença. Algumas dessas medicações já estão disponíveis pelo SUS para casos leves e moderados. No entanto, especialistas alertam que a adesão à vacinação continua sendo essencial para evitar internações e mortes.
Covid-19 ainda exige cuidados
Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha encerrado a Emergência de Saúde Pública Global em março de 2023, a Covid-19 segue causando impacto na vida dos brasileiros. O vírus continua circulando e, em alguns períodos, o número de casos e óbitos pode voltar a subir.
Medidas preventivas, como manter o esquema vacinal atualizado, evitar contato próximo com pessoas vulneráveis ao apresentar sintomas gripais e adotar hábitos de higiene, ainda são fundamentais para conter o avanço da doença. Mesmo sem o cenário de colapso dos primeiros anos da pandemia, a Covid-19 continua sendo um desafio para a saúde pública no Brasil.