O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como uma “narrativa” a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado.
Em sua primeira declaração pública após a denúncia, Bolsonaro afirmou estar com a “consciência tranquila”.
“Não tenho obsessão pelo poder. Tenho paixão pelo nosso Brasil. Ao contrário de alguns poucos aqui, em Brasília, que no momento mandam muito, eu estou com a consciência tranquila. [Eles] nada mais têm contra nós do que narrativas. Todas foram por água abaixo. Investiram pesadamente agora nessa última: golpe”, declarou o ex-presidente durante um evento com filiados do Partido Liberal (PL).
Denúncia e acusações
A denúncia da PGR, apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última terça-feira (18), aponta Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que teria praticado atos contra a democracia em 2022, com o objetivo de mantê-lo no poder.
A Procuradoria-Geral da República pede que Bolsonaro seja condenado por cinco crimes:
- liderança de organização criminosa armada;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União;
- deterioração de patrimônio tombado.
Caso a denúncia seja aceita pelo STF, Bolsonaro se tornará réu e passará a responder criminalmente, podendo ser condenado e até mesmo preso. As penas máximas para os crimes imputados podem chegar a 40 anos de prisão.
Ironia e ataques à denúncia
Durante seu discurso no evento do PL, Bolsonaro ironizou o processo e fez piada sobre sua viagem aos Estados Unidos, logo após deixar a Presidência.
“Eu estava lá [nos Estados Unidos] com o Pato Donald e o Mickey e tentei dar o golpe no dia 8 de janeiro aqui”, declarou.
O ex-presidente também minimizou a possibilidade de ser preso.
“O tempo todo [falam]: ‘Vamos prender o Bolsonaro’. Caguei para prisão!”, afirmou a uma plateia repleta de apoiadores.
Enquanto isso, a oposição na Câmara dos Deputados classificou a denúncia da PGR como uma “peça de ficção” e criticou o STF.