A temporada de descontos da Black Friday mal começou e já se transformou em uma armadilha perigosa para o bolso do consumidor. Criminosos digitais estão clonando, com precisão assustadora, as lojas virtuais de gigantes do varejo como Shopee e Havan. O objetivo dos golpistas é claro: roubar dados pessoais e drenar contas bancárias através de transferências imediatas.
Pesquisadores de segurança digital identificaram uma nova onda de páginas fraudulentas que imitam o visual oficial dessas plataformas para enganar os desavisados. De fato, a sofisticação é alta e perigosa. Os sites exibem ofertas tentadoras, com descontos que chegam a 70% do valor original. Um caso identificado mostrava um videogame por R$ 2 mil, valor bem abaixo do preço de mercado de R$ 3 mil cobrado em lojas confiáveis.
Além disso, o volume desses ataques explodiu em outubro, preparando o terreno para a data comercial. Foram registrados mais de 1.500 novos domínios suspeitos usando nomes de grandes marcas como Amazon e AliExpress, o que representa um aumento de 24% em relação ao mês anterior.
Os golpistas utilizam táticas de engenharia social e senso de urgência, como contadores regressivos ou avisos de “últimas unidades”, para pressionar a vítima a fechar o negócio sem pensar.
Como identificar a fraude e proteger seu patrimônio
Para não cair no conto do vigário, a atenção aos detalhes técnicos é fundamental antes de qualquer clique. Primeiramente, é crucial verificar o endereço do site na barra do navegador. Grandes empresas brasileiras geralmente usam o final “.com.br”, ao passo que fraudadores optam por terminações estranhas como “.app” ou erros de grafia sutis, como escrever “Shope” em vez de “Shopee”.
Outrossim, desconfie sempre de preços muito abaixo da realidade e de sites que oferecem apenas uma forma de pagamento. Se a única opção disponível for o Pix, o sinal de alerta deve ser máximo, pois isso dificulta o rastreamento e o estorno do valor. A Shopee declarou que monitora fraudes constantemente e reforçou que todas as transações seguras devem ocorrer dentro de seu aplicativo oficial. Já a Havan não se pronunciou sobre o caso.
Em suma, a recomendação é digitar o endereço da loja diretamente no navegador e ignorar links patrocinados suspeitos nas redes sociais. Caso caia no golpe, a orientação é acionar o banco imediatamente e solicitar o Mecanismo Especial de Devolução (MED) para tentar reverter o prejuízo.