O Banco Central (BC) revisou para cima sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2024, passando de 2,3% para 3,2%. A atualização foi divulgada no relatório de inflação do terceiro trimestre, publicado nesta quinta-feira, 26. Além disso, a autoridade monetária estima um crescimento de 2% para a economia brasileira em 2025. O BC destacou que o desempenho econômico no primeiro semestre de 2024 foi melhor que o esperado, impulsionado por uma atividade econômica robusta e com impactos econômicos menores do que o previsto pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Inflação e riscos para a meta
O relatório também trouxe uma revisão para a estimativa de inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para 2024. O BC ajustou a projeção de 4% para 4,3%, elevando a preocupação com a possibilidade de a inflação superar o teto da meta estabelecida para o ano, que é de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (entre 1,5% e 4,5%).
Segundo o Banco Central, a probabilidade de a inflação ultrapassar o limite superior da meta subiu de 28% em julho para 36%. A instituição justificou a revisão apontando o impacto de uma atividade econômica mais aquecida do que o esperado, além de pressões sobre preços de alimentos, bens industriais e serviços, como passagens aéreas.
Fatores que pressionam a inflação
- Alimentação: Os preços de alimentos no domicílio devem ter alta nos próximos meses, pressionando o IPCA.
- Bens industriais: A inflação no setor deve se manter elevada, influenciada pela valorização do dólar e o aumento do IPI sobre alguns produtos.
- Serviços: O custo das passagens aéreas é uma das principais contribuições para a aceleração dos preços no setor de serviços.
- Gasolina: Apesar da volatilidade nos preços internacionais do petróleo, o BC vê tendência de moderação nos preços domésticos.
- Energia elétrica: A combinação de chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas pode levar a bandeiras tarifárias mais restritivas até o final do ano.
O BC alertou que, nos próximos meses, a inflação acumulada em 12 meses deve permanecer próxima ao teto da meta, refletindo taxas mensais mais elevadas, especialmente em um cenário de atividade econômica mais forte. Caso o cenário de alta inflação persista, pode haver maior pressão para ajustes na política monetária para assegurar o cumprimento da meta.