As autoridades brasileiras estão investigando os responsáveis pelos atos violentos que ocorreram no domingo, dia 8 de janeiro, quando milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, em Brasília. O levante ocorreu após os manifestantes exigirem que o exército brasileiro interviesse para restaurar Bolsonaro ao poder, removendo o recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na segunda-feira, a polícia desmantelou um acampamento pró-Bolsonaro em frente a um quartel militar e prendeu aproximadamente 1.200 pessoas. A Polícia Federal indicou que cerca de 1.000 pessoas já estão na lista de indiciamento.
Investigações sobre financiamento e planejamento
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a polícia está rastreando quem financiou o transporte dos manifestantes para a capital. Segundo Dino, os responsáveis poderão ser indiciados por uma série de crimes, incluindo organização criminosa e tentativa de golpe. Ele destacou que o governo está comprometido em punir severamente os infratores para evitar que eventos semelhantes se repitam no futuro.
Os manifestantes destruíram partes dos edifícios governamentais, incluindo obras de arte e móveis, e danificaram escritórios importantes, como a sala onde os ministros do Supremo Tribunal se reúnem. A polícia foi criticada por sua lenta reação, mesmo com a chegada de mais de 100 ônibus carregados de manifestantes.
Falhas na segurança e suspeitas de cumplicidade
As forças de segurança da capital foram acusadas de negligência, e um ministro do Supremo Tribunal Federal suspendeu o governador do Distrito Federal por suspeita de “omissão intencional”. Vídeos mostraram policiais permitindo que os manifestantes avançassem, inclusive gravando os eventos com seus celulares.
Analistas acreditam que o levante pode fortalecer o governo de Lula, pois até mesmo membros da direita política condenaram os atos, tentando distanciar-se do radicalismo. Em resposta ao ocorrido, Lula assinou um decreto para que o governo federal assumisse o controle da segurança na capital.
Texto inspirado em matéria de AP News