Um ataque das forças dos Estados Unidos contra uma embarcação no mar do Caribe, realizado na quinta-feira (16), deixou sobreviventes, segundo a imprensa norte-americana. É a primeira vez que há registros de pessoas vivas após as ofensivas do governo Donald Trump contra supostos barcos de narcotráfico na região.
De acordo com as redes CBS, CNN e NBC, fontes do governo americano confirmaram que alguns tripulantes resistiram à ofensiva. Até agora, pelo menos 27 pessoas morreram em ataques semelhantes desde setembro, quando Washington iniciou as incursões navais próximas à Venezuela.
O Pentágono e o governo venezuelano ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o episódio nem sobre o estado de saúde dos sobreviventes.
Escalada militar no Caribe
Desde o mês passado, os Estados Unidos mantêm navios de guerra na costa venezuelana sob o argumento de combater o narcotráfico. O governo Trump afirma que a operação tem como alvo grupos ligados ao regime de Nicolás Maduro.
Em declarações recentes, Trump afirmou que “o mar está sob controle” e que agora estuda ações terrestres. O republicano também confirmou ter autorizado operações da CIA em território venezuelano.
O presidente Maduro, por sua vez, acusa Washington de tentar promover uma “mudança de regime” e de usar o combate às drogas como pretexto para intervir no país e explorar suas reservas de petróleo.
Reações e críticas internacionais
Após as novas ofensivas, a Venezuela reforçou a presença militar nas fronteiras com a Colômbia e nas zonas costeiras. O governo também iniciou o treinamento de civis para o uso de armas, em resposta ao aumento das tensões.
Diversos países questionaram a legalidade das ações norte-americanas. Até o momento, os EUA não apresentaram provas de que as embarcações atacadas estavam envolvidas no tráfico de drogas. Especialistas em direito internacional classificam os ataques como execuções extrajudiciais.
O governo de Trinidad e Tobago investiga se duas vítimas dos bombardeios eram cidadãos do país. Já o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu à ONU a abertura de um “processo penal” contra Donald Trump, alegando que entre as vítimas podem haver colombianos.
As ofensivas norte-americanas no Caribe continuam sob intensa vigilância internacional e ampliam o risco de um novo confronto diplomático na região.