Apagão entra no terceiro dia em SP, e Enel deixa moradores sem previsão de retorno

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

Mais de dois dias após a passagem de um ciclone extratropical, a crise no fornecimento de energia elétrica segue sem solução em São Paulo e na região metropolitana. Cerca de 700 mil imóveis continuam sem luz, segundo dados atualizados da Enel. A concessionária passou a classificar parte dos casos como de “alta complexidade” e deixou de informar prazos para a normalização do serviço.

Na quarta-feira, quando o vendaval atingiu seu pico, o apagão chegou a afetar 2,2 milhões de endereços. Desde então, a energia foi restabelecida de forma parcial. Ainda assim, milhares de famílias seguem no escuro mais de 50 horas depois, sem resposta clara da empresa.

Enquanto isso, moradores relatam que as previsões iniciais de retorno, divulgadas por aplicativo e mensagens automáticas, foram sendo adiadas ao longo do dia. Agora, em muitos casos, sequer há estimativa. O atendimento humano também se tornou raro, com consumidores relatando dificuldade para falar com funcionários da concessionária.

Rotina afetada e prejuízos acumulados

Em bairros como Campos Elíseos, Mooca, Bela Vista, Vila Maria e Parque São Lucas, moradores relatam perdas de alimentos, interrupção do trabalho remoto e dificuldades para cuidar de idosos e pessoas doentes. Há quem esteja há dias tomando banho frio, usando gelo para conservar medicamentos e saindo de casa para conseguir trabalhar.

Além disso, a falta de energia tem provocado efeitos em cadeia. Semáforos seguem apagados em diversos pontos da capital, o abastecimento de água foi afetado em alguns bairros e o trânsito ficou mais lento. Na capital, mais de 500 mil imóveis permanecem sem luz, o maior número entre as cidades atendidas pela Enel.

A concessionária afirma que os ventos, que chegaram a 98 km/h, derrubaram árvores e danificaram redes elétricas em 24 municípios. Segundo a empresa, cerca de 1,8 milhão de clientes já tiveram o serviço restabelecido. Ainda assim, reconhece que não há prazo para normalizar totalmente o fornecimento.

Autoridades municipais voltaram a cobrar providências. A prefeitura de São Paulo informou que dezenas de quedas de árvores ainda aguardam apoio da Enel para conclusão dos reparos. Em entrevistas recentes, representantes da empresa afirmaram que o evento climático teve duração e intensidade acima do previsto.

Enquanto isso, moradores seguem sem respostas. Muitos já falam em acionar a Justiça para pedir ressarcimento pelos prejuízos acumulados, enquanto aguardam, sem previsão, a volta da luz.