Antes de seguir viagem para o Vaticano, o cardeal brasileiro Dom Raymundo Damasceno, de 88 anos, falou com humildade sobre a expectativa para o próximo conclave. “Não tenho condições pela idade”, disse o arcebispo emérito de Aparecida (SP), que poderá receber votos, mas não participará da escolha do novo pontífice.
Embora seu nome seja lembrado por fiéis de Capela Nova, sua terra natal em Minas Gerais, e de Aparecida, Dom Raymundo avalia que sua eleição seria improvável. Conforme destacou em entrevista à TV Integração, a missão de liderar a Igreja exige plena disposição física e mental.
Dom Raymundo embarcou nesta quinta-feira, 24, rumo a Roma, onde se reunirá com outros cardeais para discutir assuntos urgentes da Igreja Católica enquanto o novo papa não é escolhido.
Apesar de sua idade avançada, sua presença reforça a tradição brasileira no Colégio dos Cardeais.
Durante a conversa, o cardeal também refletiu sobre o legado de Francisco. Para ele, o pontificado recém-encerrado deixou marcas profundas, sobretudo pela abertura e acolhimento aos mais vulneráveis.
Além de sua trajetória no Brasil, Dom Raymundo tem forte ligação com o Vaticano. Em 2022, ele representou o Papa na beatificação de Isabel Cristina, jovem mártir de Minas Gerais.
Natural de Capela Nova, Dom Raymundo começou sua vida religiosa aos 10 anos e trilhou um caminho sólido até ser nomeado cardeal por Bento XVI em 2010. Participou ainda do conclave que elegeu Francisco em 2013, reforçando sua experiência nos grandes momentos da Igreja.
Hoje, ele integra o grupo de oito cardeais brasileiros, sendo o único acima da idade limite para votar. Os demais, como Sérgio da Rocha, Odilo Scherer e Orani Tempesta, estão entre os elegíveis que definirão o futuro líder da Igreja.