América Latina em foco: Libra vira alvo de processo nos EUA, Brasil discute salários em Bitcoin

Resumo da semana traz os principais destaques do cenário cripto e econômico latino-americano, incluindo crítica venezuelana ao domínio do dólar.

Os últimos dias foram movimentados no mundo das criptomoedas na América Latina. Três fatos se destacaram. O token Libra, associado ao presidente argentino Javier Milei, virou alvo de uma ação judicial nos Estados Unidos. No Brasil, um projeto de lei propõe que salários possam ser pagos em Bitcoin. E na Venezuela, o governo defende um comércio internacional cada vez menos dependente do dólar.

O lançamento do token Libra está sendo questionado na Justiça americana. Um escritório de advocacia entrou com uma ação coletiva na Suprema Corte de Nova York. A acusação é de que os responsáveis pela moeda digital enganaram investidores durante o lançamento.

Embora o presidente Javier Milei tenha demonstrado apoio público ao projeto, ele não é citado como réu. O mesmo vale para sua irmã, Karina Milei. No entanto, empresas como Kelsier Ventures, KIP Protocol e Meteora foram incluídas na denúncia.

De acordo com o processo, o apoio político ajudou a criar uma imagem falsa de legitimidade para o token. Isso, segundo os advogados, induziu investidores ao erro.

Projeto no Brasil quer liberar pagamento parcial em Bitcoin

O Brasil pode ser um dos primeiros países da América Latina a permitir o pagamento de salários em criptomoedas. O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança apresentou um projeto de lei que autoriza até 50% da remuneração em Bitcoin ou ativos digitais.

A proposta exige que haja um acordo entre empregador e empregado. Além disso, o valor das criptos deverá ser validado por uma entidade reconhecida pelo Banco Central. O texto ainda será analisado pela Câmara dos Deputados.

Se for aprovado, o projeto pode abrir caminho para novas formas de pagamento, sem alterar os direitos trabalhistas já existentes.

O chanceler venezuelano Yván Gil afirmou que até 25% do comércio mundial já pode ser feito sem o dólar. A declaração foi feita em um artigo que celebra 80 anos de relações com a Rússia.

Para ele, o avanço dos países do BRICS — grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — está mudando a forma como o mundo negocia. Gil defende que a desdolarização oferece mais liberdade a nações que sofrem sanções econômicas.

Segundo o ministro, abandonar o dólar em parte das transações é um passo necessário para fortalecer a autonomia financeira.

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