Quase 10 anos após o rompimento da Barragem de Fundão de Mariana, em Minas Gerais, um novo acordo garante reparações de bens históricos para a cidade e população. Segundo veiculado pelo portal CNN Brasil, nesta terça-feira, 10, foi firmado um acordo no valor de R$ 125 milhões entre as mineradoras Samarco, a Vale, a BHP Billiton Brasil e a Arquidiocese de Mariana, com mediação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e do Ministério Público Federal (MPF).
O Termo de Compromisso prevê a reparação integral de danos materiais e morais, com foco na preservação do patrimônio religioso, cultural e artístico da região. O MPMG informou que os recursos possibilitarão a restauração de bens sacros em comunidades diretamente atingidas pela lama: Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo, Gesteira e Barra Longa.
Ainda de acordo com a matéria, entre os imóveis contemplados estão a Capela de São Bento, a Igreja Nossa Senhora da Conceição e a Matriz de São José, além de capelas, casas paroquiais e salões comunitários. Parte das obras deverá ocorrer nos reassentamentos das comunidades destruídas.
O acordo já está em vigor e será acompanhado pelo MPF e pelo MPMG. A Arquidiocese tem 120 dias para apresentar os planos de execução, que devem detalhar fases, prazos e metodologia. As obras emergenciais precisam começar em até seis meses, enquanto as não emergenciais terão prazo de 12 meses após a entrega dos projetos. Relatórios semestrais também deverão ser enviados para monitorar os avanços.
Avanço após anos de impasse
O rompimento da barragem, que aconteceu em novembro de 2015, deixou marcas profundas no meio ambiente e no patrimônio histórico da região. Desde então, as indenizações e medidas de reparação avançaram, porém de forma gradual e sob intensa cobrança da sociedade.
O novo acordo busca preservar parte da memória cultural e religiosa das comunidades que foram atingidas, além de simbolizar um passo importante na reparação moral às famílias atingidas.