A proximidade de um acordo bilionário entre a mineradora Vale e autoridades brasileiras, referente ao desastre de Mariana (MG) em 2015, é vista de forma positiva por analistas. No entanto, eles alertam para possíveis impactos no pagamento de dividendos aos acionistas, especialmente no curto prazo. O valor do acordo, que envolve a Vale, a BHP Billiton e a Samarco, pode chegar a R$ 170 bilhões, com R$ 100 bilhões a serem pagos ao longo de 20 anos.
Segundo analistas, embora o acordo permita que a Vale foque em suas operações, há incertezas sobre como o fluxo de pagamentos pode afetar a geração de caixa e, consequentemente, a distribuição de proventos. A Vale já provisionou US$ 956 milhões para o acordo, valor abaixo das estimativas do mercado. Se os pagamentos forem concentrados nos primeiros anos, isso pode limitar os dividendos.
Impactos no mercado e perspectivas para o acordo de Mariana
Apesar de iniciar o pregão desta segunda-feira, 21, em alta, as ações da Vale recuaram 0,05% às 13h45, cotadas a R$ 60,52. As ADRs da mineradora também registraram queda de 0,33%, sendo negociadas a US$ 10,60. Analistas do Itaú BBA destacam que a formalização do acordo seria uma vitória para todas as partes envolvidas, incluindo o governo e a sociedade. A instituição mantém recomendação “outperform” para as ações da Vale, com preço-alvo de R$ 74 e US$ 13 para ADRs.
O BTG Pactual compartilha dessa visão positiva, mas adota uma posição de neutralidade em relação aos papéis da mineradora, com um preço-alvo de US$ 12. O banco Goldman Sachs reforça que a eliminação das incertezas em torno do acordo permitirá que os investidores se concentrem em outros aspectos operacionais da Vale, que tem mostrado melhorias significativas.
No entanto, a expectativa é de que o acordo afete o fluxo de caixa e a distribuição de dividendos, especialmente se os pagamentos forem concentrados no início do período estipulado.
Matéria inspirada em Poder 360