Os consumidores brasileiros podem finalmente respirar aliviados em 2025 com a possível redução no preço do azeite de oliva. Após uma alta expressiva desde 2023, que chegou ao pico em junho de 2024, a previsão é de que os valores comecem a cair a partir da Páscoa, impulsionados pela recuperação da produção europeia.
A inflação no preço do azeite foi causada por uma seca severa na Europa nos últimos dois anos, que reduziu a produção de azeitonas e, consequentemente, a oferta de azeite. O Brasil, que importa quase todo o azeite consumido, foi diretamente afetado, já que depende principalmente de Portugal e Espanha, responsáveis por 44% e 14% das importações nacionais, respectivamente.
Segundo Leonardo Scandola, diretor comercial da Filippo Berio na América Latina, a produção de azeite na bacia do Mediterrâneo deve crescer 29% na safra atual em comparação com 2023/24. Apenas na Espanha, maior produtora mundial, a safra deve atingir 1,3 milhão de toneladas, representando um aumento de 50% em relação ao ciclo anterior.
Expectativas de redução no Brasil
Embora os preços europeus tenham caído cerca de 20% em novembro, o reflexo no mercado brasileiro ainda levará alguns meses. “Os importadores brasileiros ainda estão lidando com estoques adquiridos a preços mais altos”, explica Scandola. Ele prevê quedas superiores a 20% no preço do azeite no Brasil a partir da Páscoa de 2025.
O professor Carlos Eduardo de Freitas Vian, da Esalq-USP, reforça essa previsão, apontando que o impacto na logística e distribuição faz com que os preços no Brasil demorem a refletir a queda na Europa. “Os preços devem começar a baixar apenas em meados de 2025”, afirma.
Panorama da produção e demanda de azeite de oliva
A produção europeia de azeite foi severamente afetada por mudanças climáticas. Após atingir 2,2 milhões de toneladas na safra 2021/22, a produção caiu para 1,3 milhão em 2022/23 e teve uma leve recuperação para 1,5 milhão no ciclo seguinte. A retomada da estabilidade climática na Europa é vista como essencial para a recuperação do setor.
Enquanto isso, a demanda global por azeite continuou a crescer, acentuando os aumentos nos preços. Agora, com a safra europeia em andamento entre outubro e fevereiro, espera-se uma estabilização no mercado.
A redução nos preços do azeite será um alívio não apenas para os consumidores, mas também para o setor de varejo no Brasil, que enfrentou desafios como a instalação de lacres antifurto em supermercados durante o pico da inflação do produto.