PF prende delegado e três policiais civis de SP por suspeita de ligação com o PCC

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

A Polícia Federal (PF), em parceria com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), realizou nesta terça-feira (17) uma operação que prendeu sete pessoas, incluindo um delegado e três policiais civis, acusados de atuar para o Primeiro Comando da Capital (PCC). Um policial segue foragido.

Esquema de corrupção e ligação com o PCC

Os policiais são investigados por crimes como manipulação de investigações, vazamento de informações sigilosas e corrupção, além de garantir proteção ao PCC e facilitar um esquema de lavagem de dinheiro da facção.

Entre os presos está o delegado Fabio Baena, acusado pelo delator Vinícius Gritzbach, assassinado em novembro, de extorsão durante uma investigação. Outros envolvidos incluem os policiais Eduardo Monteiro, Marcelo Ruggeri e Marcelo “Bombom”. O foragido, Rogério de Almeida Felício, também atuava como segurança do cantor Gusttavo Lima.

Além dos agentes, foram presos Ademir Pereira Andrade, Ahmed Hassan e Robinson Granger de Moura, conhecido como “Molly”.

Operação Tacitus

Batizada de Tacitus, termo em latim que significa “silencioso”, a operação mobilizou 130 policiais federais e promotores, com apoio da Corregedoria da Polícia Civil. Foram cumpridos oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na capital paulista e nas cidades de Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba.

Durante a ação, foram apreendidos armas, dinheiro e joias. As investigações revelaram que a facção movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018, utilizando imóveis comprados por intermediários ou empresas de fachada para lavagem de dinheiro.

Os presos podem responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de bens, com penas que podem chegar a 30 anos de prisão.

O advogado Daniel Bialski, que representa Baena e Monteiro, classificou as prisões como “arbitrárias” e afirmou que os fatos já haviam sido arquivados pela Justiça. Ele ressaltou que os investigados colaboraram com as autoridades e não tentaram obstruir as apurações.

Investigação do homicídio de delator

A operação também investiga o assassinato de Vinícius Gritzbach, ocorrido no Aeroporto Internacional de São Paulo, em novembro. Gritzbach, delator do esquema, apontou Baena como responsável por extorsão durante sua colaboração com as autoridades.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo declarou que acompanha a operação e colabora com as investigações.