O preço do café no Brasil disparou nos últimos meses, e especialistas apontam que o cenário pode persistir até 2026. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o café moído registrou alta de 33% nos 12 meses até novembro, reflexo de condições climáticas adversas, aumento da demanda e custos logísticos elevados.
Atualmente, um pacote de 1 kg está sendo comercializado por cerca de R$ 48,57, contra R$ 35,09 em janeiro de 2024, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
Fatores que impulsionaram o preço do café
- Clima adverso
- O primeiro semestre de 2024 foi marcado por secas prolongadas e altas temperaturas em regiões produtoras como Minas Gerais e São Paulo. As plantas, para sobreviver, abortaram os frutos e perderam folhas, prejudicando a produção.
- Mesmo áreas irrigadas não escaparam dos danos, e muitos produtores recorreram à técnica de “esqueletar” as lavouras, uma poda drástica que prioriza a recuperação das plantas para safras futuras.
- Incertezas climáticas
- Há 4 anos, a bienalidade do café — alternância entre safras altas e baixas — foi comprometida por problemas como secas, calor extremo e geadas. Essa irregularidade alimenta a insegurança dos produtores e pressiona os preços.
- A safra de 2024 alcançou 54,8 milhões de sacas, uma redução de 0,5% em relação a 2023, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
- Aumento da demanda
- O café segue como a segunda bebida mais consumida no Brasil e no mundo, atrás apenas da água. Além disso, o Brasil tem expandido sua participação no mercado internacional, o que reduz a oferta interna e eleva os preços.
- Altos custos logísticos
- Conflitos no Oriente Médio aumentaram o custo do transporte internacional, impactando diretamente o preço de exportação do café e o valor final no mercado interno.
Perspectivas para o futuro
- Especialistas apontam que as condições climáticas em 2025 serão determinantes para a recuperação das lavouras. No entanto, a combinação de demanda crescente, custos de produção elevados e incertezas climáticas mantém o mercado em alerta.
- O preço da saca de 60 kg de café cru, usada na industrialização, alcançou recordes históricos, fechando a R$ 2.561,78 na Bolsa de Nova York em 11 de dezembro.
Mesmo diante de preços altos, o consumo interno segue forte. Para o consumidor, é importante avaliar as opções disponíveis no mercado, como cafés tradicionais ou gourmets, e ajustar suas escolhas de acordo com o orçamento.
O cenário atual é um lembrete de como mudanças climáticas, logística global e padrões de consumo estão interconectados, afetando diretamente um dos produtos mais amados pelos brasileiro