A sexta-feira 13, considerada por muitos como um dia de azar, une dois elementos historicamente associados ao infortúnio: o número 13 e a sexta-feira. Enquanto o número é ligado a superstições antigas, como o número de participantes na Última Ceia, a sexta-feira carrega a carga simbólica de ser o dia da crucificação de Cristo. Mas como esses dois elementos se combinaram para criar uma das superstições mais populares do mundo?
As raízes do medo
Historicamente, a sexta-feira foi vista como um dia de penitência e abstinência por motivos religiosos, o que gerou uma aversão cultural a eventos importantes nesse dia. Já o número 13 ganhou fama de azarado por lendas que associavam a presença de 13 pessoas em uma mesa a consequências negativas, como a morte.
Essa combinação se consolidou no imaginário coletivo no início do século XX, com o lançamento do livro Sexta-feira 13 (1907), de Thomas Lawson. A obra usa a superstição para criar tensão em um enredo envolvendo manipulações no mercado financeiro.
O clube dos treze e sua influência
Curiosamente, a popularização da superstição deve muito ao Clube dos Treze, um grupo fundado em Nova York no século XIX que buscava justamente ridicularizar crenças populares. Formado por 13 membros, o grupo se reunia no dia 13 de cada mês para desafiar superstições: quebravam espelhos, derrubavam sal e passavam sob escadas.
Ironia do destino, essas reuniões ajudaram a unir as duas superstições — sexta-feira e o número 13 — no imaginário popular. Relatos de eventos especiais do clube em sextas-feiras 13 ganharam notoriedade na imprensa, colocando a data em evidência.
No início do século XX, a superstição estava consolidada, impulsionada pela literatura e pelas ações do Clube dos Treze. Décadas depois, a franquia de filmes de terror Sexta-feira 13, lançada nos anos 1980, reforçou ainda mais o status da data como símbolo de medo e má sorte.
Embora o Clube dos Treze buscasse eliminar superstições, acabou consagrando uma das mais conhecidas do mundo ocidental. Hoje, a sexta-feira 13 é celebrada e temida, lembrando que, às vezes, as tentativas de desafiar crenças podem, paradoxalmente, perpetuá-las.
Artigo inspirado em matéria da BBC.