O filme “Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao Globo de Ouro 2025 na categoria de Melhor Filme de Língua Não-Inglesa. O anúncio dos indicados aconteceu na manhã desta segunda-feira, 9. Esta é a primeira vez em quase duas décadas que o Brasil aparece nesta categoria; a última indicação foi em 2005 com “Diário de Motocicleta”.
Além de “Ainda estou aqui”, os outros indicados na categoria são:
- “Tudo que Imaginamos Como Luz”
- “Emilia Pérez”
- “A Garota da Agulha”
- “The Seed of the Sacred Fig”
- “Vermiglio”
A atriz Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva no longa, também foi indicada como Melhor Atriz. Ela concorre com Pamela Anderson, Angelina Jolie, Nicole Kidman, Tilda Swinton e Kate Winslet.
Um olhar universal sobre um drama familiar
Baseado no livro homônimo de memórias de Marcelo Rubens Paiva, o filme retrata a trajetória de Eunice Paiva, mãe do autor, e sua luta após o desaparecimento e assassinato de seu marido, Rubens Paiva, durante a ditadura militar nos anos 1970.
A obra, dirigida com sensibilidade por Walter Salles, combina um drama pessoal com uma mensagem universal sobre os perigos do autoritarismo. A performance de Fernanda Torres tem sido amplamente elogiada, unindo-se a outras grandes atuações do cinema nacional, como as de “Central do Brasil” e “Cidade de Deus”.
Após vencer o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza e ser aclamado pela crítica internacional, “Ainda estou aqui” estreou no Brasil em 7 de novembro. O longa é considerado a maior chance de o país ser indicado ao Oscar desde o início dos anos 2000.
História contada em duas partes
O filme é dividido em duas fases. A primeira mostra a rotina feliz de um casal apaixonado, Rubens Paiva (interpretado por Selton Mello) e Eunice, com seus cinco filhos em uma casa à beira-mar no Rio de Janeiro.
Na segunda parte, o desaparecimento de Rubens transforma a vida da família. Eunice, interpretada com intensidade por Fernanda Torres, emerge como uma figura resiliente, movida pelo propósito de manter a família unida em tempos de adversidade.
Com essa narrativa emocionante e o reconhecimento internacional, “Ainda estou aqui” reafirma o talento do cinema brasileiro no cenário global.