A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afastou 13 militares da polícia após a divulgação de um vídeo que mostra um agente jogando um homem de uma ponte na Vila Clara, zona sul da capital paulista. O incidente ocorreu na madrugada de segunda-feira (3), durante uma operação para dispersar um baile funk na região.
O homem, identificado como Marcelo, de 25 anos, é entregador e teria sido abordado pelos policiais após cair de sua moto. Nas imagens, um policial é visto levantando-o e, em seguida, jogando-o de uma altura de cerca de três metros, sobre um córrego. Marcelo sofreu ferimentos no rosto e foi socorrido por moradores de rua que presenciaram o ocorrido.
Antônio Donizete do Amaral, pai de Marcelo, expressou indignação com o caso. “É inadmissível. A polícia deveria proteger, não agir dessa forma. Meu filho é trabalhador e não tem envolvimento com nada ilegal”, afirmou.
Medidas da polícia e governo
A Corregedoria da Polícia Militar e a Polícia Civil abriram investigações sobre a conduta dos envolvidos. Em nota, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que a ação “não encontra respaldo nos procedimentos da Polícia Militar” e reforçou que desvios de conduta serão punidos.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também se pronunciou. Ele destacou o compromisso da PM com a segurança pública, mas condenou veementemente o comportamento dos policiais. “Quem comete atos como este não está à altura de usar a farda”, declarou em uma rede social, prometendo uma apuração rigorosa.
Repercussão e contexto
Cláudio Silva, Ouvidor das Polícias de São Paulo, criticou o que chamou de “sensação de impunidade” entre os agentes. Já o Procurador-Geral de Justiça do Estado, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, classificou as imagens como “estarrecedoras” e pediu punições exemplares.
Esse caso ocorre em um momento de crescente atenção às ações policiais no estado. No mesmo período, outro incidente envolvendo a PM chamou a atenção: a morte de um homem baleado por um policial após furtar pacotes de sabão em um supermercado.
Especialistas apontam que os episódios colocam em evidência a necessidade de reforçar o treinamento e a supervisão na corporação, buscando evitar condutas incompatíveis com os princípios de direitos humanos e de segurança pública.
As investigações estão em curso, e a sociedade aguarda respostas claras e punições que garantam justiça e reafirmem a confiança nas instituições.