A Justiça do Rio Grande do Sul condenou, pela segunda vez, Vitorio Piffero, ex-presidente do Internacional, e Pedro Affatato, ex-vice de Finanças, por crimes relacionados a um esquema de desvios milionários durante a gestão de 2015-2016.
As sentenças
Piffero foi condenado a mais de 12 anos de prisão e ao pagamento de 270 salários mínimos pelos crimes de estelionato e lavagem de dinheiro. Já Affatato recebeu uma pena mais severa, de mais de 76 anos de prisão, além de 675 salários mínimos, pelos mesmos crimes e por integrar organização criminosa. Ambos poderão recorrer da decisão em liberdade.
A sentença foi proferida pela 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, em Porto Alegre. A mulher de Piffero e três empresários do setor de turismo também foram condenados por envolvimento no esquema.
Esquema milionário
As investigações, conduzidas pela “Operação Rebote” do Ministério Público, indicam que o esquema desviou mais de R$ 13 milhões dos cofres do Internacional. Os crimes envolveram superfaturamento em contratos de serviços não realizados, incluindo acordos com empresas do ramo de construção civil e agências de viagens.
Histórico do caso
As irregularidades começaram a ser investigadas em 2017, após o Conselho Fiscal do clube recomendar a reprovação das contas da gestão Piffero. Uma auditoria apontou falhas graves nos controles internos e inconsistências financeiras que levaram o Conselho Deliberativo a declarar inelegíveis Piffero e outros ex-dirigentes por 10 anos.
Em 2018, a “Operação Rebote” cumpriu mandados de busca e apreensão, coletando provas que embasaram as denúncias. Desde então, os ex-dirigentes enfrentam processos por diferentes núcleos de irregularidades, incluindo administrativo-financeiro, jurídico e de viagens.
As defesas de Piffero e Affatato afirmaram que irão recorrer das sentenças. O advogado de Piffero destacou que a condenação está relacionada à sua posição como presidente do clube e reafirmou sua inocência.
Impacto no Internacional
O caso marca um dos maiores escândalos administrativos da história do Internacional, envolvendo gestão irregular, desvio de recursos e prejuízos significativos. A condenação reforça a importância da transparência e do controle interno em instituições esportivas de grande porte.