Na COP 29, realizada em Baku, Azerbaijão, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou a nova meta climática do Brasil, que prevê uma redução de emissões de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, comparado aos níveis de 2005. Alckmin, representando o presidente Lula, classificou a meta como “ambiciosa”, ressaltando que é “factível”, mas que requer “condições e meios de implementação adequados”.
Segundo Alckmin, o Brasil, com sua extensa cobertura florestal e liderança na produção de alimentos, busca ser protagonista da nova economia global. Ele ressaltou a importância do sucesso da COP 29 para a próxima edição da conferência, que ocorrerá no Brasil em 2025, afirmando que “a omissão de agora custará muito para o depois”.
A meta brasileira, no entanto, enfrentou críticas de entidades ambientais. O Observatório do Clima considerou que os números apresentados estão “desalinhados” com o necessário para limitar o aquecimento global a 1,5°C, além de não estarem em consonância com a promessa de zerar o desmatamento. Carolina Pasquali, diretora do Greenpeace Brasil, expressou frustração, afirmando que esperava uma “meta mais ousada que se aproximasse daquilo que a ciência indica como necessário”.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, declarou que a meta será detalhada no evento, incluindo diretrizes específicas para cada setor. Marina também reafirmou o compromisso do governo de eliminar o desmatamento na Amazônia, destacando que o esforço brasileiro contra mudanças climáticas não será alterado por “sazonalidades políticas”, em referência ao retorno de Donald Trump à presidência dos EUA, que pode ameaçar o Acordo de Paris.