Criptomoedas movimentam mais de R$ 200 bilhões no Brasil em 2024 e expectativa de regulação cresce

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

Na última semana de outubro, o Bitcoin alcançou um valor recorde de R$ 400 mil, impulsionado pela eleição nos Estados Unidos e pela possibilidade de uma vitória de Donald Trump, considerado pró-cripto pelo mercado. Criada em 2009, a criptomoeda é a mais popular no segmento e representa 59% da capitalização do mercado global, de acordo com a CoinMarketCap.

Dados divulgados pela Receita Federal mostram que o mercado de criptomoedas movimentou R$ 248 bilhões no Brasil entre janeiro e setembro de 2024. Entre os ativos mais negociados estão o Tether USDT, a USD Coin e o Bitcoin, com volumes de R$ 153,7 bilhões, R$ 9,9 bilhões e R$ 35 bilhões, respectivamente. Os números podem ser ainda maiores, considerando que transações inferiores a R$ 5.000 não precisam ser declaradas ao órgão.

Diversificação e cuidados na aplicação

Especialistas apontam que o investimento em criptomoedas deixou de ser restrito a entusiastas da tecnologia e passou a ser uma alternativa para diversificação de carteiras. Fabricio Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, sugere que a alocação em criptos pode começar com 3% e, gradualmente, alcançar 10% do portfólio, sempre com foco no longo prazo.

A professora de economia do Insper, Juliana Inhasz, reforça que quem deseja investir em cripto precisa ter maior aceitação ao risco. Uma alternativa são os ETFs, que permitem a aquisição de uma cesta de ativos, reduzindo a exposição a um único produto. No entanto, ela alerta que é fundamental escolher gestores capacitados para evitar problemas e maximizar o retorno esperado.

Regulação das criptomoedas em pauta

A regulamentação das criptomoedas é um tema recorrente entre os profissionais do setor. O decreto 11.563, de junho de 2023, atribuiu ao Banco Central a responsabilidade de regular os serviços relacionados a ativos virtuais. Marcelo Cárgano, advogado especializado em regulação, destaca que consultas públicas previstas pelo BC são essenciais para entender as diretrizes que serão adotadas e para mitigar riscos em um sistema sem controle centralizado.

O Marco Legal dos Criptoativos, aprovado pela Câmara em 2022, já trouxe avanços ao exigir que empresas do setor tenham sede no Brasil e ao prever punições severas para fraudes. O Código Penal, por exemplo, inclui o uso de ativos virtuais em fraudes como crime de estelionato, com penas de quatro a oito anos de prisão, além de multa.

Com a expectativa por novas regulamentações ainda em 2024, investidores e empresas aguardam as próximas medidas para trazer mais estabilidade e segurança ao mercado de criptomoedas no Brasil.